UE apoia recandidatura de António Vitorino a diretor-geral da OIM
A liderança do órgão da ONU é disputada pelo português e pela vice-diretora-geral em exercício, Amy Pope, apoiada pelos EUA.
A União Europeia (UE) vai apoiar a recandidatura de António Vitorino para diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), anunciou esta sexta-feira o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell. “Como prova de união, os Estados-membros concordaram em apoiar a candidatura de António Vitorino a diretor-geral da OIM”, disse o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa no final de uma reunião informal dos ministros com a pasta da diplomacia, em Estocolmo, na Suécia.
António Vitorino foi eleito em 2018 para diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações. A eleição do próximo diretor-geral vai realizar-se na próxima segunda-feira, em Genebra, na Suíça, por voto secreto entre os membros da OIM. São candidatos António Vitorino, nomeado por Portugal, e Amy Pope, a atual vice-diretora-geral nomeada pelos Estados Unidos da América.
Político e advogado, o português tinha-se destacado ao derrotar um candidato norte-americano durante a eleição para a liderança da OIM em 2018, tornando-se no segundo não norte-americano a liderar esta agência com 175 Estados-membros, dos quais europeus e os Estados Unidos são os principais contribuintes.
António Vitorino foi comissário europeu para a Justiça e Assuntos Internos (1999-2004) e vice-primeiro-ministro e ministro da Defesa de Portugal (1995-1997) no Governo liderado pelo atual secretário-geral da ONU, António Guterres. O português enfrenta uma disputa sem precedentes pela liderança do órgão das Nações Unidas, na primeira vez nos 70 anos de história da OIM em que um vice-diretor-geral em exercício contesta o cargo de diretor-geral.
Na quarta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, reforçou o apoio à candidatura de Amy Pope a diretora-geral da OIM, destacando a sua “experiência e visão estratégica”.
De acordo com Blinken, a candidata dos Estados Unidos e atual vice-diretora-geral visitou mais de 40 países em todas as regiões do mundo para ouvir diretamente governos, comunidades anfitriãs e migrantes acerca das suas prioridades e para explicar a sua visão de como a OIM pode melhor gerir os desafios das migrações.
Já em fevereiro, o primeiro-ministro, António Costa, mostrou-se confiante na reeleição de António Vitorino, avaliando que “a OIM tem feito um trabalho absolutamente extraordinário sob a liderança” do português. A OIM é a agência da ONU responsável pela gestão das migrações internacionais e uma das principais agências humanitárias, beneficiando anualmente dos seus projetos mais de 30 milhões de pessoas, em resposta a situações de crise e conflito em todo o mundo.
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