Os luditas ingleses do primeiro quartel do século XIX são mal compreendido; as lições desse movimento de trabalhadores têxteis são relevantes para enquadrar os avanços vertiginosos da IA.
Os ludistas –- aqueles trabalhadores têxteis que no século XIX destruíam máquinas no noroeste inglês –- passaram à história como sinónimo de arruaceiros e exemplo da incapacidade de lidar com o progresso tecnológico e da oposição violenta à industrialização. Na realidade as coisas foram muito mais matizadas. Os luditas não seriam uns
sans culotes, ignaros e abrutalhados, mas, antes, artesãos especializados e representando a classe média trabalhadora de então. Mais do que à tecnologia, eles opunham-se ao modo como estava a ser introduzida: desvalorizando as suas competências produzindo bens de má qualidade feitos por trabalhadores não especializados e crianças. No fundo eles queriam partilhar as rendas resultantes das novas tecnologias sob a forma de melhores condições de trabalho,
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