PP vence mas esquerda de Sánchez pode vir a ter maioria absoluta
Com 99,94% dos votos apurados, o PP ganhou com 136 deputados, a que se somam 33 do Vox. O PSOE, esse, fica com 122 deputados, e a incerteza aumenta. Segunda ronda de eleições em cima da mesa.
O PP está à frente do PSOE mas, somado ao Vox, está longe da maioria absoluta. Com 99,94% dos votos apurados, as contas dos deputados eleitos está fechada: PP de Alberto Núñez Feijóo garantiu 136 , mais 47 do que 2019, enquanto o Vox de Santiago Abascal tem 33 deputados, quando o limiar da maioria absoluta está fixada nos 176 deputados. O PSOE de Pedro Sanchez garante elegeu 122 deputados. Cenário de Feijóo ou Sanchez a tentarem ser Governo está, assim, em cima da mesa. Tal como a possibilidade de uma segunda ronda de eleições.
O PSOE, com 122 deputados, e o Somar, com 31, totalizaram 153 lugares no parlamento e poderão ter mais deputados do que a direita com os aliados da última legislatura.
“Obrigado aos sete milhões que votaram no PSOE”, diz Pedro Sánchez, em Madrid, junto à sede do partido socialista espanhol. “Espanha foi muito clara: a direita fracassou”, disse ainda, numa breve declaração de dez minutos. . “Aqueles que queriam o retrocesso de direitos e liberdades fracassaram (…). Somos muitos mais os que queremos que a Espanha continue a avançar”, sublinhou.
“Passamos de segunda força política para o partido mais votado.” Alberto Núñez Feijóo já falou, na sede do PP, em Madrid, e começa por agradecer aos espanhóis e a todos que votaram PP. “Nunca antes o nosso partido subiu com tanta intensidade numas eleições gerais”, acrescenta Feijóo. Como partido mais votado, o líder do PP diz que está aberto ao diálogo com todas as forças democráticas e que será isso que vai começar a fazer. Aos adversários, deixa um alerta: “não bloqueiem o Governo de Espanha”, numa clara mensagem de que pretende liderar o próximo governo espanhol.
Relativamente às eleições de 2019, o PP elegeu mais 47 deputados e o PSOE ficou com mais dois. O VOX manteve-se como a terceira força política, mas perdeu 19 deputados em relação a 2019, ficando com 33, correspondentes a 12,39% dos votos.
Santiago Abascal, do partido de extrema-direita Vox, começou criticar o período de campanha. “Alertamos em toda a campanha do perigo de sondagens manipuladas”, afirmou, crente de que a consequência foi “uma clara desmobilização”. Abascal criticou também o “apelo ao voto útil”, “desmobilizando a alternativa e contribuindo para a diabolização do Vox”.
O Sumar, que integra partidos de extrema-esquerda que faziam parte do Unidas Podemos, elegeu 31 deputados com os 12,30% dos votos contabilizados. “Hoje vou dormir mais tranquila. Hoje ganhou a democracia. A democracia saiu fortalecida”, começou por dizer, na sede do partido, Yolanda Díaz, do Sumar. Recordando o que foi feito desde o início da campanha para estas eleições. “Tornámos possível a mudança na vida das pessoas. “A partir de amanhã, temos de continuar a ganhar direitos e comprometemo-nos a continuar a fazê-lo. Mais direitos para as mulheres, para as pessoas LGBTI e para as trabalhadoras e trabalhadores.”
Entre as formações políticas das autonomias regionais, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) sofreu um revés, caindo de 13 para 7 deputados, o Juntos pela Catalunha perdeu um e ficou com seis, e no País Basco o EH-Bildu superou o Partido Nacionalista Basco pela primeira vez, com seis deputados contra cinco.
O Bloco Nacionalista Galego manteve o seu único lugar, a Coligação das Canárias ganhou um, tal como a União do Povo Navarro, de modo que a nova câmara será composta por onze partidos diferentes.
Estes resultados deixam em aberto o caminho que Espanha pode agora seguir. Um governo liderado por Alberto Núñez Feijóo (PP) sem coligação ou um governo de coligação com o Vox de Santiago Abascal parece, afinal, estar mais longe da realidade. É preciso notar que em Espanha há vários partidos de caráter regional que poderão ter um papel a desempenhar numa eventual maioria absoluta. Por outro lado, se o PP estiver mais próximo dos 176 deputados, admite-se que o PSOE de Sanchéz poderá viabilizar um governo minoritário, afastando assim o Vox da governação. O partido de extrema-direita tem 33 deputados, menos 19 do que nas eleições de 2019.
Com 99,94% dos votos contados, a afluência às urnas foi de 70,40% — 4,17% mais do que nas eleições de 2019. Isso significa que quase 24 milhões de eleitores foram este domingo votar nas eleições gerais de Espanha.
A realização de eleições em pleno verão foi uma das polémicas da campanha, até pela coincidência, neste caso concreto, com uma onda de calor que registou recordes de temperatura em algumas regiões de Espanha.
As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas pelo primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez, na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.
Os socialistas ouviram acusações de terem convocado as eleições para estas datas intencionalmente, para o eleitorado descontente com o Governo atual não ir votar. Defenderam-se das acusações com os prazos da lei eleitoral, que não permitiam antecipar as eleições para mais cedo, e sublinharam que flexibilizaram as regras e os prazos do voto por correio, para o tornar mais ágil e acessível.
O Partido Popular (PP, direita), que era o favorito nas sondagens, prometeu na campanha mudar a lei para proibir eleições em pleno verão, como já acontece, por exemplo, na lei eleitoral regional da Andaluzia, que estabelece que não se pode votar para o parlamento autonómico nos meses de julho e agosto, precisamente, por causa das limitações e perigos do calor.
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