Lula diz que relação com Angola é “uma política de Estado”
"Nos últimos anos, lamentavelmente, o Brasil tratou os países africanos com indiferença, pela primeira vez que tivemos um Presidente da República que não fez nenhuma visita a África", disse Lula.
O Presidente brasileiro disse esta sexta-feira, em Luanda, que as relações entre Angola e o Brasil são “uma política de Estado” e lamentou o “abandono” de África pelo anterior governo de Jair Bolsonaro. Luiz Inácio Lula da Silva, que falava após a cerimónia de receção do seu homólogo angolano, João Lourenço, frisou que esta é a primeira visita de Estado que faz a um país africano neste mandato e que a mesma simboliza o “retorno do Brasil a África”.
“Começamos por um país que sempre foi a maior ponte para este continente-irmão. Nos últimos anos, lamentavelmente, o Brasil tratou os países africanos com indiferença, pela primeira vez que tivemos um Presidente da República que não fez nenhuma visita a África, embaixadas foram fechadas no continente a e cooperação foi abandonada”, salientou.
O chefe de Estado brasileiro disse que o seu país deixou mesmo de atuar com Angola junto dos palcos internacionais, aludindo à governação do seu antecessor, e afirmou que quer elevar a parceria estratégica a um novo patamar.
“O Brasil quer apoiar Angola no esforço de diversificar a sua economia, o nosso comércio é dos mais amplos e diversos”, assegurou o estadista brasileiro, que cumpre o seu primeiro dia de visita de Estado a Angola, que decorre até sábado. Lula da Silva sublinhou também que o intercâmbio bilateral do seu país “caiu drasticamente a partir de 2015, mas só no primeiro semestre desse ano já cresceu quase 65% em comparação com o mesmo período do ano passado”.
O Presidente brasileiro convidou depois o seu homólogo angolano, João Lourenço, a participar na cimeira do G20, que terá lugar em setembro de 2024 na cidade do Rio de Janeiro, no âmbito da presidência brasileira deste bloco mundial. “Quero aproveitar e convidar o Presidente João Lourenço para participar da reunião do G20 ao longo da presidência brasileira que terá início em dezembro deste ano e iremos realizar a próxima reunião do G20 no Rio de Janeiro, possivelmente em setembro de 2024”, disse.
Em relação à cooperação bilateral com Angola, firmada numa parceria estratégica de 2010, o chefe de Estado brasileiro disse que a história de “solidariedade e cooperação de ambos países aponta para um futuro compartilhado”. “Continuaremos a trabalhar juntos, unidos pelo vasto Atlântico Sul. Tenho dito por onde passo que o Brasil voltou ao mundo”, assegurou.
“Hoje, posso dizer que voltamos a Angola” prosseguiu Lula da Silva, invocando palavras do próprio Agostinho Neto, primeiro presidente angolano: “Às nossas terras vermelhas do café, brancas do algodão, verdes dos milharais havemos de voltar, havemos de voltar à Angola libertada, à Angola independente”.
O Presidente da República Federativa do Brasil deve ainda discursar esta sexta na Assembleia Nacional (parlamento angolano) neste seu primeiro de visita oficial a Angola. O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, alcançada em 11 de novembro de 1975, e os dois países mantêm relações bilaterais há quase cinco décadas.
(notícia atualizada pela última vez às 17h22)
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