Lula da Silva anuncia criação de consulado geral em Luanda
Presidente do Brasil afirmou que Angola já alberga a maior comunidade brasileira em todo o continente africano. Consolado será o primeiro num país africano de língua portuguesa.
O Brasil vai criar um consulado geral em Luanda, o primeiro num país africano lusófono, para maior solidificação das relações com Angola, onde vivem quase 30.000 brasileiros, anunciou hoje o Presidente do Brasil, Lula da Silva.
“Com aproximadamente 30 mil brasileiros, Angola já alberga nossa maior comunidade em todo o continente africano, por isso instruí o ministro (das Relações Exteriores do Brasil) Mauro Vieira a estudar a abertura de um consulado geral em Luanda que seria o primeiro num país de língua portuguesa em África”, disse.
O chefe de Estado brasileiro, que falava no Instituto Guimarães Rosa (IGR) de Luanda, onde inaugurou este sábado a Galeria Ovídio de Andrade Melo, deu a conhecer também que Luanda e Salvador vão acolher, em 2025, uma conferência de intelectuais, no âmbito dos 50 anos das relações bilaterais.
Educação e cultura marcaram o segundo o último dia de visita de Estado do Presidente do Brasil a Angola, tendo descerrado da placa da galeria Ovídio de Andrade Melo, patente no IGR, também conhecido como Centro de Cultura Angola — Brasil.
Lula da Silva inaugurou a galeria, saudou as figuras presentes no auditório, entre elas os escritores angolanos Artur Pestana “Pepetela”, Prémio Camões, e Ondjaki, em cerimónia marcada também pela exibição do grupo de música folclórica angolana “Nguami Maka”.
Destacou a importância do edifício, situado no Bairro dos Coqueiros, centro de Luanda, que alberga hoje o IGR, construído em 1920 e que por décadas albergou a elite colonial até à guerra da independência de Angola.
Sobre Ovídio de Andrade Melo, figura homenageada no espaço, o chefe de Estado brasileiro disse que foi um “grande diplomata e humanista brasileiro destacado pela sua coragem”.
Reafirmou, na sua intervenção, que o regresso do Brasil a África se fará também pelos caminhos da cultura e prometeu a reedição das conferências de intelectuais de África e da diáspora, evento já realizado no Senegal, em 2004, e em Salvador em 2006.
Lula da Silva encerrou a sua intervenção com uma citação do escritor angolano Pepetela: “Não há nada pior no homem do que a falta de imaginação, é o mesmo no casal, é o mesmo na política, a vida é uma criação constante”, aludiu.
Nas relações entre Brasil e Angola é preciso “sonhar alto e sonhar muito longe”, rematou, com fortes aplausos dos presentes.
Luiz Inácio Lula da Silva termina hoje a sua visita de Estado a Angola e segue no domingo para São Tomé e Príncipe, onde participa na 14.ª cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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