G20 morno nas referências à guerra na Ucrânia e aos combustíveis fósseis
Declaração conjunta evidencia que existiram "visões diferentes" quanto à guerra da Ucrânia entre os membros do G20, e deixa de fora referências ao abate do consumo de petróleo.
Os líderes do grupo das 20 maiores economias do mundo – G20 –, que estão reunidos este fim de semana em Nova Déli, na Índia, emitiram este sábado uma declaração conjunta que apresenta as conclusões da cimeira, a qual decorre até este domingo. Neste documento, os líderes optaram por uma posição mais vaga sobre a invasão da Rússia à Ucrânia do que no ano anterior. Por outro lado, é notória a ausência de compromissos quanto ao abate de energias fósseis como o petróleo.
Na declaração conjunta, lê-se que “todos os Estados” devem “evitar a ameaça ou o uso da força para conquistar territórios”, pondo em causa a “integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado”. Em paralelo, fica sublinhado que o recurso a armas nucleares é “inadmissível”. São ainda reconhecidos “o sofrimento humano” assim como “o impacto negativo da guerra na Ucrânia”, referindo-se ao efeito sobre o fornecimento de bens alimentares e a segurança energética.
No entanto, não existe diretamente uma condenação direta em relação à invasão por parte da Rússia, referindo-se que “existiram visões e avaliações diferentes da situação”. Em 2022, no documento homólogo que resultou da cimeira do G20 em Bali, havia um parágrafo em que a maioria dos membros “condenava veementemente a guerra na Ucrânia”.
Renováveis triplicam, petróleo sem planos
As maiores economias do mundo comprometeram-se, através da declaração, a “encetar e encorajar esforços para triplicar a capacidade de energias renováveis a nível global”, e ter a mesma ambição em relação a outras tecnologias de baixas emissões, como aquelas que permitem remover emissões poluentes. É ainda reconhecida a “importância” dos biocombustíveis sustentáveis.
Já no que diz respeito aos combustíveis fósseis, os países concordam “aumentar os esforços” para “reduzir e racionalizar, no médio-prazo” os subsídios dirigidos aos combustíveis fósseis. Ao mesmo tempo, há o compromisso de “acelerar” o abate da produção de eletricidade a carvão, mas “em linha com as circunstâncias nacionais e reconhecendo a necessidade de apoiar uma transição justa”. O petróleo não teve direito a menção.
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