Segunda moção de censura do Chega ao Governo chumbada. PSD absteve-se

É a terceira tentativa falhada para derrubar o executivo da maioria absoluta socialista. O cartão vermelho contou apenas com os votos favoráveis do Chega e da Iniciativa Liberal (IL).

Sem surpresas, a moção de censura do Chega ao Governo, a segunda apresentada nesta legislatura, foi chumbada esta terça-feira com os 131 votos de toda a esquerda (PS, PCP e BE). Apenas o partido de André Ventura e a Iniciativa Liberal (IL) deram luz verde, o que deu apenas 17 votos. E 62 deputados do PSD abstiveram-se, sendo que 15 faltaram à votação. Se contabilizarmos a moção da IL, esta é já a terceira vez que os partidos mais à direita tentam derrubar o executivo sem o apoio do principal partido da oposição: o PSD.

Na apresentação da moção de censura, o presidente do Chega, André Ventura, justificou este novo cartão vermelho à maioria absoluta socialista governada por António Costa com “o caos” no executivo. “Este é o pior Governo da nossa história, este é o pior primeiro-ministro da nossa história, é um Governo sem consistência e sem futuro”, atirou o deputado. Face ao desfecho já previsível, Ventura acusou os partidos à direita, nomeadamente o PSD, de “ser cúmplice de um governo que quer destruir o país”.

Referindo-se ao polémico caso de Marco Capitão Ferreira que se demitiu do cargo de secretário de Estado da Defesa, depois de ter sido constituído arguido no processo Tempestade Perfeita, Ventura afirmou que “esta é a 13.ª saída em 15 meses de governo”. “O governo está a desfazer-se e também há ministros fantasmas como o ministro João Gomes Cravinho”, continuou com o ataque. Para depois desferir um novo golpe a João Galamba, “o ministro da pancadaria das Infraestruturas”.

André Ventura criticou ainda a falta de médicos de família, as listas de espera para consultas e urgências, o aumento de custo de vida, a elevada carga fiscal, nomeadamente nos combustíveis: “Metade do que pagamos em combustíveis é para impostos”.

Na habitação, o parlamentar sublinhou que “centenas de milhares de famílias não conseguem pagar a renda e a prestação”. E atirou: “Qual foi a solução de António Costa? Uma carta bonita de pedido de ajuda a Bruxelas para poder lançar medidas para quem não consegue pagar rendas e crédito à habitação. Tudo isto é zero”.

O primeiro-ministro, António Costa, ouviu calmamente os embates de Ventura e depois arrumou para canto a moção de censura, virando o cartão vermelho para a direita. “A cada sessão legislativa, o Chega apresenta uma moção de censura. Duas sessões legislativas, duas moções de censura. E o que quer verdadeiramente o Chega com estas moções de censura? Desafiar os parceiros da direita. Nesta medida, a moção de censura foi um sucesso, embaraçou o PSD e levou de arrasto a Iniciativa Liberal”.

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