“A inflação será demasiado elevada durante demasiado tempo”, diz Lagarde
A presidente do Banco Central Europeu volta a reforçar a necessidade de os governos reduzirem as ajudas à economia para retirar pressão sobre a inflação.
O Banco Central Europeu (BCE) continua preocupado com os números da inflação. Apesar de notar que a inflação na Zona Euro continua a diminuir, Christine Lagarde revelou que a previsão da autoridade monetária do espaço da moeda única é de que “continue a ser demasiado elevada durante demasiado tempo”.
A chamada de atenção da presidente do BCE foi expressa no decorrer da sua intervenção esta segunda-feira na audição da Comissão dos Assuntos Económicos e Monetários do Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Além disso, Lagarde referiu ainda que “as pressões internas sobre os preços mantêm-se fortes”, destacando, por exemplo, que a “inflação dos serviços continua a ser mantida pelo forte consumo de férias e viagens e pelo elevado crescimento dos salários.”
Com esta chamada de atenção, Lagarde não pretendeu dar qualquer sinal sobre possíveis novas subidas da taxa de juro, desde logo porque voltou a reforçar a ideia de que o ciclo de aumentos sucessivos do preço do euro já terá chegado ao fim, após a última reunião.
“Com base na nossa última avaliação, consideramos que as nossas taxas de política atingiram níveis que, mantidos por um período suficientemente longo, contribuirão substancialmente para o regresso atempado da inflação ao nosso objetivo“, referiu Lagarde.
A mensagem de alerta da presidente do BCE sobre as previsões para a inflação foi dirigida para os governos e para as suas políticas orçamentais e fiscais que, segundo Lagarde, deverão ser orientadas por uma retirada dos apoios às famílias e às empresas, particularmente no que se refere aos apoios sobre os bens energéticos.
“À medida que a crise energética se vai dissipando, os governos devem continuar a reduzir as medidas de apoio conexas para evitar o aumento das pressões inflacionistas a médio prazo”, referiu Lagarde, sublinhando ainda que, “ao mesmo tempo, as políticas orçamentais devem ser concebidas para tornar a economia da área do euro mais produtiva e para reduzir gradualmente a elevada dívida pública.”
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