Comissão Europeia suspende apoio a palestinianos. Mais de 691 milhões são congelados
Segundo os dados divulgados por ambos os lados do conflito, o número total de mortos subiu para 1.260. Um avião português já saiu do país em direção a Telavive para a retirada de cidadãos portugueses.
A Comissão Europeia vai suspender a totalidade do apoio prestado aos palestinianos, anunciou esta segunda-feira o comissário para a Política de Vizinhança e Alargamento, contradizendo o que a própria Comissão disse poucas horas antes.
“Todos os pagamentos estão imediatamente suspensos. Vamos fazer a revisão de todos os projetos. Todas as propostas orçamentais, incluindo para 2023, estão adiadas até decisão em contrário. Vamos fazer uma avaliação compreensiva de todo o portefólio [de ajuda]”, anunciou Oliver Varhelyi através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter).
O comissário acrescentou que o bombardeamento do território israelita a partir da Gaza por parte do movimento islâmico Hamas “é um momento de viragem” no apoio prestado pela União Europeia (UE).
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“A escala do terror e a brutalidade contra Israel e a sua população são um ponto de viragem. Não pode haver negócios como é habitual. Como maior doador para os palestinianos, a Comissão Europeia vai fazer a revisão total do portefólio [de ajuda], no valor de 691 milhões de euros”, completou.
A posição do comissário europeu contrasta com aquela assumida pelos porta-vozes da Comissão há pouco mais de duas horas em conferência de imprensa, em Bruxelas.
Na conferência de imprensa, os porta-vozes rejeitaram alterações à ajuda prestada aos palestinianos e que dinheiro da UE pudesse estar a ser utilizado para financiar as atividades do Hamas, pelo que não havia, na ótica da Comissão Europeia necessidade de fazer a revisão dos donativos, que apenas estariam a ser canalizados para organizações no terreno responsáveis pela ajuda humanitária à população.
Palestinianos registam 560 mortos e elevam total dos dois lados para 1.260
O número de mortos na Faixa de Gaza causados pelos ataques iniciados no sábado entre o Hamas e Israel subiu esta segunda-feira para 560, anunciou o Ministério da Saúde palestiniano, o que eleva o total de mortes para 1.260 pessoas.
O ministério controlado pelo Hamas, no poder desde 2007 na Faixa de Gaza, informou que há pelo menos “560 pessoas mortas e 2.900 feridas” nos ataques realizados em resposta à ofensiva lançada pelo Hamas, que disparou milhares de foguetes contra Israel.
A estas vítimas somam-se os mais de 700 mortos em Israel, número avançado no último balanço feito pelo Ministério da Saúde israelita, que acrescentou ter registo também de pelo menos 2.234 feridos, 365 dos quais em estado grave.
O elevado número de mortos confirmado em pouco mais de 24 horas não tem precedentes na história de Israel, sendo apenas comparável à sangrenta primeira guerra árabe-israelita de 1948, após a fundação do Estado de Israel.
Vários países, como França, Alemanha, Estados Unidos da América, Peru ou Nepal, já indicaram ter cidadãos nacionais entre as vítimas mortais ou dadas como desaparecidas em Israel.
Além dos mortos, a guerra já provocou pelo menos 123 mil deslocados em Gaza, segundo avançou esta segunda-feira o Gabinete de Coordenação para os Assuntos Humanitários das Nações Unidas
O ataque surpresa lançado no sábado contra o território israelita pelo Hamas – grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia – envolveu o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza.
Entretanto o Ministério dos Negócios Estrangeiros português divulgou a informação de que uma aeronave C-130 da Força Aérea Portuguesa já está a caminho da capital israelita, prevendo-se que a aeronave chegue a Telavive ao final do dia desta segunda-feira. O objetivo é a retirada dos cidadãos nacionais que manifestaram interesse em sair do país.
“De notar que a missão está sujeita às condições no terreno e resulta da articulação permanente com as autoridades locais, estando a ser operacionalizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pelo Ministério da Defesa Nacional”, refere o Ministério em nota de imprensa, acrescentando que os cidadãos portugueses que solicitaram apoio para a saída do país “já estão a ser contactados pelos serviços consulares”.
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