Como safar um safari?
Um safari é uma odisseia turística hiper comercial, onde uma data de gente passa demasiado tempo num carro para ver um terço dos animais que veria facilmente em qualquer zoo.
Safari é o contrário de Tupperware. Um nome geral que virou coisa específica. Em swahili, safari é viagem, em swahili já estou há três meses em safari mas em português ainda não fiz nenhum.
Na verdade, um safari é uma odisseia turística hiper comercial, onde uma data de gente (idealmente de vestida de caqui) passa demasiado tempo num carro para ver um terço dos animais que veria facilmente em qualquer zoo.
O preço é um pacote absurdo de taxas, entradas, refeições, dormidas e todos os extras que se podem enfiar entre um número e um cifrão. Para o meu budget, um dinheirão.
Não fui ao Kruger bem ao lado de Moçambique, passei ao lado da Gorongosa, ignorei o Liwonde, no Malawi tudo para chegar à Tanzânia e perceber que na incrível cratera de Ngorongoro, há mais manadas de jipes do que outro animal qualquer, para ir ao Serengueti mais valia ir ao Masai Mara e em vésperas percebo que está mau tempo no Mara e aqui, bem ao lado do meu paraíso de Diani (um lado de 5 horas), está o Parque Tsavo East.
Lembro-me sempre da Meryl Streep a dizer Tsaaavo, no África Minha. Quis o destino que eu aqui viesse também parar. Vou finalmente fazer um Tsavari! Mas primeiro, algumas praticalidades para o viajante frugal.
O segredo para poupar aqui e na Lua, é cortar os mediadores e fazer a coisa pessoalmente. Apanhar um ou vários autocarros até ao parque, ficar numa guesthousezeca nas imediações e pagar apenas a entrada e o guia, sem esquecer de levar a sandoca na marmita para comer a olhar para o Gnu. Claro que se vai com mais 6 pessoas no jipe, porque nada há mais social que a necessidade.
O segundo segredo é ir em Abril ou Maio. Porque além de ser Low Season é Wet Season o que faz com que se apanhem mais hipopótamos que pessoas. E essa é a mais bela das probabilidades.
Claro que nem tudo são tons pastel. A estrada que vai de Mombaça a Nairobi fez-me perdoar Moçambique num piscar de olhos. Imaginem todos os camiões do mundo a fazerem patinagem artística num inferno de crateras e pó. E claro que o nosso incrível jipe morreu algures neste cenário apocalíptico e tivemos três horas de meditação forçada. Mas quando finalmente entrámos no Tsavo, é que percebemos que afinal, o Safari, é mais que uma visita guiada aos animaizinhos, mais que uma encenação do Rei Leão e muito mais que uma viagem.
Vou precisar de uma semana para conseguir usar todos os adjectivos maravilhosos que encontrar para vos contar tudo o que vi. Até lá, se quiserem imaginar, olhem para um Tupperware e imaginem o seu contrário. Vastidão infinita!
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