Air France-KLM elogia contas da TAP. “Soube reorganizar-se e tem potencial”
A companhia aérea franco-neerlandesa deixa elogias à TAP e garante que o interesse na companhia "mantém-se inalterado", mesmo com a instabilidade no Médio Oriente.
A Air France-KLM ficou agradada com os lucros recorde conseguidos pela TAP no terceiro trimestre, elogiando a reorganização da companhia portuguesa. Grupo desvaloriza impacto do conflito no Médio Oriente numa possível oferta.
“Estes bons resultados confirmam que a TAP tem sido capaz de reorganizar-se e tem potencial. Como tal, são boas notícias“, afirmou fonte do grupo em resposta a questões do ECO.
A companhia apresentou esta semana um lucro trimestral inédito de 180,5 milhões de euros entre julho e setembro, 69,2% acima do mesmo período do ano anterior. Com mais 5,2% de passageiros transportados a preços mais elevados, a TAP viu as receitas operacionais aumentarem 12,5%, enquanto os custos operacionais recorrentes aumentaram apenas 1,7%. O que permitiu melhorar a margem operacional para 22%.
No conjunto dos primeiros nove meses, os lucros somaram 203,5 milhões de euros, depois de no período homólogo ter sofrido um prejuízo de 90,8 milhões de euros. A empresa reduziu ainda o endividamento líquido em 31,3 milhões para 670,7 milhões, o equivalente a 2,4 vezes o EBITDA.
O grupo Air-France-KLM apresentou as contas na sexta-feira passada, também com números recorde. Na conferência telefónica de apresentação de resultados, o presidente executivo, Ben Smith, quis sublinhar que a decisão sobre uma “potencial oferta” pela TAP ainda não está tomada.
“Precisamos de mais informação para determinar se [o negócio] pode ser criador de valor para nós”, afirmou o CEO, salientando que o grupo tem metas para atingir. “Não nos queremos desviar do nosso objetivo de médio prazo de atingir uma margem de 7% a 8%”, apontou.
"Como expresso pelo Ben Smith na conferência telefónica, o impacto da situação no Médio Oriente é marginal nesta fase.”
Em resposta ao ECO, fonte da Air France-KLM garantiu, no entanto, que o interesse na reprivatização “mantém-se inalterado” e que está “a aguardar pelos próximos passos do processo“. São eles a promulgação do decreto-lei, que o Presidente da República vetou na sexta-feira, pedindo a clarificação de vários aspetos ao Governo, e a aprovação do caderno de encargos, prevista para o final do ano ou início do próximo.
O grupo desvalorizou também o impacto de uma escalada da guerra entre Israel e o Hamas na disponibilidade de participar na operação de venda. “Como expresso pelo Ben Smith na conferência telefónica, o impacto da situação no Médio Oriente é marginal nesta fase“, responde a mesma fonte.
A Air France–KLM registou um lucro de 931 milhões de euros no terceiro trimestre, mais 471 milhões do que no período homólogo. O resultado operacional atingiu um recorde de 1.342 milhões. O grupo transportou 26,9 milhões de passageiros entre julho e setembro, mais 7,6% do que no período homólogo. As receitas cresceram 6,8% para 8,66 mil milhões de euros.
Depois de um verão com números recorde, os próximos meses prometem ser mais desafiantes para o setor. À crescente instabilidade geopolítica soma-se o impacto da subida das taxas de juro nos orçamentos de famílias e empresas.
Além do grupo franco-neerlandês, também já manifestaram interesse na compra da TAP a Lufthansa e o IAG, dono da British Airways e Iberia. Este último também apresentou um resultado recorde na sexta-feira, com os lucros a subirem 43,3% para 1.745 milhões de euros.
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