BRANDS' ECO MAC/CCB: um museu de arte contemporânea e vários cruzamentos
Inaugurado no final de outubro, o Museu de Arte Contemporânea tem em depósito a Coleção Berardo, a Coleção Ellipse, a Coleção Teixeira de Freitas e obras da Coleção de Arte Contemporânea do Estado.
Uma vasta amplitude de disciplinas, movimentos e práticas artísticas revela-se o alicerce do novo Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém MAC/CCB, que procura não apenas dar a conhecer visões históricas, mas também mapear as perspetivas e atitudes dos artistas de hoje, conjugando a apresentação de exposições permanentes, com destaque para a exposição “Objeto, Corpo e Espaço – A revisão dos géneros artísticos a partir da década de 1960″, com as mostras temporárias “Atravessar uma ponte em chamas”, de Berlinde De Bruyckere, e “Ou o desenho contínuo – Desenhos da Coleção Teixeira de Freitas”.
A relação transversal entre artes visuais, arquitetura e performance é uma componente central da missão do MAC/CCB, até pela relação orgânica com o Centro de Arquitetura/Garagem Sul que, ao longo dos últimos dez anos, tem vindo a desenvolver um programa de exposições e de reflexão sobre questões da arquitetura contemporânea e que agora integra a estrutura do Museu.
Até 28 de abril de 2024, encontra-se patente a exposição Habitar Lisboa, que se complementa com um programa paralelo de visitas. Com curadoria de Marta Sequeira, a mostra tem como objetivo pensar a habitação, com os seus problemas e desafios, e a contribuição da Arquitetura para a sua resolução. Paralelamente, procura tornar visível a situação atual da habitação na capital, apresentar visões para o futuro e conjugar as áreas da Sociologia, da Geografia, da Paisagem e, sobretudo, da Arquitetura.
Um Chão Comum
Com uma área expositiva de cerca de 9 mil m², a linha de atuação do MAC/CCB orienta-se por dois vetores: a visão de que o contemporâneo, num sentido interdisciplinar, é aquilo que atua no presente, o que também implica olhar para o passado para melhor nos compreendermos; e o entendimento da instituição não só como um depósito de coleções, mas também como um serviço prestado aos públicos que a visitam.
Nesta lógica, um outro aspeto essencial da programação do Museu é a importância atribuída à mediação e educação, com um intenso programa destinado a diferentes faixas etárias e comunidades que pode ser consultado em ccb.pt.
A diversidade artística do CCB possibilita o cruzamento de programação, agora também no MAC/CCB e com reflexo já na temporada 2023–2024. Este “Chão Comum” procura, assim, uma abertura ao diálogo e à compreensão dos diversos caminhos que a arte vai percorrendo, assente no pressuposto de que o presente e o futuro das práticas artísticas é feito de retornos e memórias que não se podem apagar.
Destaque ainda para a Livraria e Cafetaria Almedina: A Arte dos Livros, situada junto ao hall de entrada do MAC/CCB. Neste espaço, o grupo editorial português disponibiliza aos visitantes um conjunto de obras essencialmente dedicadas à Arte, mas também uma criteriosa seleção de títulos de Ciências Sociais e Humanas, sem esquecer a ficção nacional e estrangeira. É também aqui que encontramos a linha de merchandising do novo Museu. Pode obter mais informações aqui.
Exposições temporárias do MAC/CCB para ver até março 2024
- Atravessar uma ponte em chamas, de Berlinde De Bruyckere (de 28 outubro 2023 a 10 março de 2024)
– Berlinde De Bruyckere (n. 1964) é uma artista belga que tem vindo a desenvolver um importante trabalho no campo da escultura, do desenho, da colagem e da instalação em torno das grandes temáticas da arte: a morte, a redenção, o sexo, a dor e a memória. Inspirada na figura intermediária do anjo, esta exposição propõe uma reflexão sobre a relação com o outro, seja como transcendência, como fisicalidade do toque ou como projeção pessoal. Na sequência das salas da exposição, a artista explora estes temas em obras de diferentes momentos do seu trabalho, olhando para a sua potência erótica e a sua ambiguidade. - Ou o desenho contínuo, Desenhos da Coleção Teixeira de Freitas (de 28 outubro de 2023 a 24 março de 2024)
– Trata-se de uma coleção com um foco importante na arte da América Latina e do Brasil, incluindo uma forte componente de desenhos de artistas, desde projetos a obras neste suporte específico. É notório o interesse do colecionador pelo desenho como prática de pensamento e projeto no contexto das artes visuais. A escolha dos artistas representados é muito ampla, incluindo figuras com percursos extensos e nomes emergentes à data da aquisição. A mostra está organizada em oito núcleos: a representação do corpo, a intervenção política, o uso de mapas e esquemas de organização do mundo, a tematização da forma, as referências arquitetónicas, o quotidiano, a escrita como exercício de desenho, e os desenhos que refletem conceptualmente sobre a própria prática.
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