Presidente da AEP refere “desconforto” de investidores internacionais
Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, antes da conferência do primeiro-ministro este sábado, Luís Miguel Riobeiro afirmou que "estas situações trazem sempre desconforto para os investidores".
O presidente do Conselho de Administração da AEP (Associação Empresarial de Portugal) lamenta a instabilidade que “a situação política atual está e vai provocar no país e considera que a solução encontrada não vai alterar o problema da incapacidade de execução do PRR”. Em entrevista à Antena1 e Jornal de Negócios, Luís Miguel Ribeiro fala de um país a parar ou a reduzir a sua atividade numa altura em que a economia precisa da injeção de recursos do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030. Considera que é melhor ter Orçamento do Estado do que não ter, mas mostra preocupação com o período de transição e espera que, de todo o processo, haja uma solução política que traga estabilidade ao país.
Segundo o presidente da AEP é a esta transição que o presidente da República tem de estar atento até porque os investidores internacionais podem sentir algum “desconforto” nesta relação dos investidores com os decisores políticos.
Em concreto relativamente ao PRR, Luís Miguel Ribeiro revela que feitas as contas ao dia de hoje os pagamentos estão a 1/3 do que deviam de estar. Ou seja, já deviam ter sido pagos 9 mil milhões e só foram efetuados pagamentos de 2,8 mil milhões.
O presidente da AEP lembra que esta crise política vem juntar-se a um cenário internacional muito adverso e que Portugal corre o risco de chegar ao final do ano em recessão técnica. Adianta que o impacto da quebra das exportações pode manter-se e levar a um crescimento negativo, com setores como o têxtil, o calçado e a cerâmica a terem dificuldade na renovação das encomendas. Segundo adiantou algumas empresas poderão mesmo ter de encerrar e há já empresas a preparar a atividade e a ponderar recorrer ao Lay off.
Neste contexto, sugere cautela nos aumentos salariais porque à retração das exportações vai juntar-se um arrefecimento do consumo, um aumento dos custos e a falta de investimento numa situação de instabilidade política.
Relativamente à venda da Efacec, considera que no final pode não ter sido um bom negócio. Para este facto terá contribuído o tempo que todo o processo demorou e que, no seu entender, foi desnecessário e que, para além disso, levou a que o know How que se queria preservar fosse perdido.
Já em relação aos investimentos no hidrogénio em Sines, considera que naturalmente a situação de desconfiança traz “cenários de desconforto para os investidores e para aquilo que se esperava que fosse o impacto do investimento.
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