Biden garante que acordo para Hamas libertar reféns está “muito perto”
"Estamos a aproximar-nos da conclusão de um acordo de tréguas", referiu também o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que reside em Doha, numa breve mensagem na plataforma Telegram.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou esta terça-feira que está para muito breve um acordo sobre a libertação de reféns detidos na Faixa de Gaza pelo grupo islamita palestiniano Hamas.
“Estamos agora muito, muito perto” de um acordo e “poderemos trazer alguns destes reféns para casa muito em breve”, assegurou o líder norte-americano, que já na segunda-feira se tinha mostrado otimista relativamente a este processo.
“Não quero entrar em detalhes porque nada está feito até que esteja feito”, acrescentou Biden, garantindo, porém, que “as coisas estão a correr bem neste momento”.
Os comentários do Presidente norte-americano vão ao encontro das declarações proferidas por alguns dos principais intervenientes nas negociações, incluindo dirigentes do Qatar, país que desempenha um papel de mediador nesta matéria e que anunciou hoje que o processo negocial tinha entrado na “fase final”.
Já o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que reside em Doha, anunciou numa breve mensagem na plataforma Telegram: “Estamos a aproximar-nos da conclusão de um acordo de tréguas”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu — que já convocou para hoje o seu gabinete de guerra –, também admitiu progressos significativos nas negociações para libertar os reféns mantidos pelo grupo Hamas.
Duas fontes conhecedoras do processo disseram à agência noticiosa francesa AFP que o acordo deverá envolver a libertação de 50 a 100 reféns civis em troca da libertação de 300 mulheres e crianças detidas por Israel.
A transferência ocorrerá por etapas, na proporção de 10 reféns israelitas por cada 30 prisioneiros palestinianos, por dia, segundo as mesmas fontes.
Lula pede atuação efetiva para evitar alastramento da guerra
Já o Presidente do Brasil pediu, numa reunião do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Joanesburgo, uma atuação mais efetiva para evitar que a guerra na Faixa de Gaza se espalhe para outros países.
“Devemos atuar para evitar que a guerra se alastre para os países vizinhos”, disse Lula da Silva numa reunião virtual extraordinária convocada pelo presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, que preside este ano ao BRICS, para analisar a crise em Gaza.
“A contribuição do BRICS, em sua nova configuração, juntamente com todos os atores a favor do autocontrole e da ‘desescalada’, é valiosa e essencial”, acrescentou o Presidente brasileiro, referindo-se à expansão do bloco acordada em agosto, em Joanesburgo, e que incluía a Arábia Saudita, a Argentina, o Egito, a Etiópia, o Irão e os Emirados Árabes Unidos.
O Presidente sul-americano ressaltou que “o Brasil não acredita que a paz seja alcançada apenas pela força das armas”. “Temos uma longa experiência nacional que reforça a nossa fé na paz criada por uma negociação diplomática justa”, pontuou.
No entanto, “estes atos bárbaros não justificam o uso indiscriminado e desproporcional da força contra civis”, sublinhou Lula da Silva, afirmando que “estamos perante uma catástrofe humanitária” em Gaza.
O chefe de Estado brasileiro considerou a guerra atual entre o movimento islâmico Hamas e Israel “o resultado de décadas de frustração e injustiça, representada pela ausência de um lar seguro para o povo palestino”.
“O reconhecimento de um Estado palestiniano viável, vivendo lado a lado com Israel, com fronteiras seguras e mutuamente reconhecidas, é a única solução possível. Precisamos de retomar o processo de paz entre Israel e a Palestina o mais rapidamente possível”, exigiu Lula da Silva.
Os líderes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul participarão na reunião do BRICS juntamente com os da Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Irão e Emirados Árabes Unidos.
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