BRANDS' ECO Aumento do custo de vida traz consequências em forma de roubo

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  • 24 Novembro 2023

O aumento do custo de vida, começado com a pandemia e agravado ainda mais devido ao aumento da inflação, tem sido uma realidade na vida dos portugueses.

O aumento do “custo de vida” pode ocorrer devido a diversos fatores, como aumento dos custos de produção, políticas económicas, oscilações no mercado internacional, entre outros, sem que a maioria possa ser controlada pelo próprio indivíduo. Contudo, este aumento do custo de vida influencia diretamente o poder de compra das pessoas – prejudicando a sua capacidade de responder às suas necessidades básicas e, muitas vezes, levando-as a tomar medidas desesperadas e, como último recurso, optar por assaltos.

Desemprego, desigualdade social, falta de investimentos em segurança pública e falta de proteção das instalações podem ser alguns dos fatores que podem levar alguém a optar por um assalto. Naturalmente, são as pessoas em situação de vulnerabilidade que tendem a ser mais propensas a cometer crimes como assaltos, como forma de obter recursos para suprir as suas necessidades mais básicas.

Carlos Dias, presidente da APSEI

 

O aumento dos assaltos e o aumento do custo de vida são problemas aparentemente distintos, mas podem estar interligados em algumas situações, como podemos constatar na sociedade em que vivemos. Apesar de vivermos num dos países mais seguros, os assaltos continuam a ocorrer a um nível demasiado alto para o desejável por todos. Sendo a segurança uma tarefa e desafio nacional e não apenas das autoridades ou entidade A ou B.

No entanto, é importante salientar que a larga maioria das pessoas em situação de vulnerabilidade nunca escolhem o caminho do crime como alternativa para enfrentar dificuldades financeiras. Para combater esses problemas, é preciso que o Estado, organizações e indivíduos invistam em segurança, políticas sociais ativas e geração de empregos capazes de proporcionar uma vida digna aos trabalhadores.

Além disso, o aumento do custo dos bens e serviços, geralmente chamado “custo de vida”, acentua as desigualdades sociais e há indivíduos que praticam crimes em grupo ou de forma isolada, com resultados muito penalizadores para quem é afetado pelas visitas indesejadas, que trazem grandes prejuízos aos negócios visados, com roubos de comida ou outros bens, e que levam poupanças, recordações e sonhos. Cada vez mais se observa o alastrar de crimes de assaltos para zonas periféricas das grandes cidades, não sendo um fenómeno exclusivo das cidades ou pela existência de qualquer tipo de vizinhança.

Os assaltos são, muitas vezes, induzidos pelo conjunto da necessidade e da oportunidade. Basta que ao sair do seu negócio, o proprietário se esqueça de tapar alguma das montras, deixe objetos de valor visíveis ou não feche uma janela de um espaço adjacente e está criada a “oportunidade perfeita” para que elementos de valor que estejam no interior despertem a atenção indesejada. Isto leva a um grande impacto negativo não só pelo material que pode ser levado ou pelo dinheiro roubado, mas também pelos danos causados no stock dos negócios. Este dano significa muitas vezes que o proprietário não pode ganhar dinheiro ou satisfazer a procura habitual devido a esse roubo.

Esses assaltos são geralmente praticados por motivos como a ocasião, porque detetam um negócio onde a entrada e saída estão temporariamente muito facilitadas e a vantagem está do lado de quem vai praticar o crime; na escolha entre uma instalação que possui um sistema de segurança e outro local sem alarme, o infrator vai optar pelo local onde as hipóteses de praticar o crime sem ser detetado são maiores, o que leva um negócio que não possui um sistema de segurança instalado a ter maiores probabilidades de ser vítima de um assalto; e a existência de objetos valiosos visíveis ou mesmo objetos que respondam às necessidades básicas de quem mais precisa, como comida, que sejam visíveis do exterior e atraiam olhares e oportunidades.

Carlos Dias, presidente da APSEI

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