A incompreensão dos Estados Unidos em relação à China é um obstáculo para resolver os seus conflitos bilaterais, de acordo com o ex-embaixador Max Baucus

  • Servimedia
  • 30 Novembro 2023

Os presidentes dos Estados Unidos e China, Joe Biden e Xi Jinping, tiveram a oportunidade de reunir-se no contexto da cúpula do Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) em São Francisco.

Com esse motivo, Max Baucus, que foi senador e depois embaixador em Pequim entre 2014 e 2017 durante o governo de Obama, destacou a importância de os EUA entenderem melhor as posições da China em relação a questões de contenção e, especialmente, sua postura “inegociável” em relação a Taiwan, como expresso em uma entrevista publicada no jornal ‘South China Morning Post’.

Segundo Baucus, o problema subjacente, além das tensões entre os dois países em relação à soberania da ilha, é a falta de compreensão e as ideias preconcebidas sobre a China por parte dos americanos. Isso “tem impedido a resolução de muitos problemas bilaterais” e, em contrapartida, permitiu que alguns políticos americanos implementassem determinadas medidas.

De fato, para o ex-embaixador, a falta de conhecimento existente é, às vezes, “uma bênção” que tem permitido justificar certas decisões tomadas sem nenhuma base. Ele explica que “muitos congressistas são novos. Eles não têm noções sobre a história da China”. Como resultado, suas ações partem desse desconhecimento, crítica que também se estende aos legisladores do seu país.

Na opinião de Baucus, em Washington foi criado um clima altamente “tóxico” decorrente da preocupação de que a China ameace a ordem mundial estabelecida pelos Estados Unidos. É esse ambiente que ele considera ter levado a diferentes desentendimentos e mal-entendidos, incluindo as restrições à empresa chinesa Huawei.

Quando o assunto surgiu pela primeira vez, “os americanos, especialmente os políticos, estavam simplesmente assustados com a possibilidade de a Huawei querer construir tecnologia de rede fundamental de comunicações e poder nos espionar”, afirmou Max Baucus ao South China Morning Post.

No entanto, ele destaca que, ao perguntar sobre as evidências de espionagem, a resposta que recebeu foi: “… não precisamos fornecer evidências. Tudo que precisamos dizer é China, [isso] é tudo que precisamos fazer”.

Sobre o atual momento de rivalidade tecnológica entre Estados Unidos e China, o ex-diplomata considera que as restrições aumentarão no futuro, embora a “confiança” e a “comunicação” sejam os pontos-chave que podem ajudar a resolver as situações de tensão.

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