Insolvências em Portugal disparam 19% em novembro. Indústria vale quase metade dos casos a mais desde o início do ano

As insolvências em Portugal dispararam 19% em novembro, face ao mesmo mês do ano passado. No total, 1.801 empresas já entraram em processo de insolvência em 2023, com os setores da indústria a serem os mais penalizados. Os encerramentos também estão a aumentar.

À exceção do mês de abril, estes processos de insolvência registaram uma tendência de crescimento ao longo de todo o ano, segundo mostram os dados da Informa DB, divulgados esta quinta-feira. Há mais 285 insolvências do que em igual período do ano passado.

Em termos setoriais, quase todas as áreas de atividade registam um aumento neste indicador. Ainda assim, a consultora destaca que o maior peso vem do setor industrial, com mais 135 insolvências (equivalente a uma subida 47%) durante este ano. Representa quase metade do aumento total.

Além das insolvências, também os encerramentos de empresas estão a aumentar. Até ao final de novembro, foram registados 11.775 encerramentos de empresas, elevando para 14.740 os encerramentos no acumulado dos últimos 12 meses, o que representa um aumento de 1%.

As atividades imobiliárias registaram mais 103 fechos de portas, um crescimento de 9,3%. Seguidos pelo alojamento e restauração, com mais 89 encerramentos, e os serviços empresariais, com mais 81 encerramentos. A maior parte dos setores teve um crescimento neste indicador nos últimos 12 meses, concluídos em novembro.

Criadas 48 mil novas empresas em 2023

Por outro lado, em termos de criação de novas empresas, até ao final de novembro, foram constituídas 47.983 sociedades em Portugal, mais 2.851 do que em igual período de 2022. A manter-se esta tendência, o ano de 2023 poderá fechar com um número recorde na criação de empresas. Até agora, o máximo foi alcançado em 2019: 49.600 empresas.

De acordo com o mesmo comunicado, o crescimento no empreendedorismo é transversal a quase todos os setores, com destaque para os transportes, com mais 1.761 novas empresas (+45%), serviços gerais (+489 constituições; +7,9%), alojamento e restauração (+485 constituições; +11%) e construção (+460 constituições; +9,4%).