Maternidade Alfredo da Costa não está a receber grávidas via INEM
"As altas podem surgir a qualquer momento e nesse caso pode ganhar-se algum espaço e com isso volta a abrir o atendimento ao CODU, mas para já não há essa previsão", indica a maternidade.
A Maternidade Alfredo da Costa não está a receber grávidas encaminhadas pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes do INEM e não há previsão de quando o atendimento será reaberto, confirmou à Lusa fonte do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central.
Desde a manhã desta segunda-feira que a Maternidade Alfredo da Costa (MAC) está fechada ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), altura em que havia cinco mulheres em trabalho de parto, uma vaga para emergência e três mulheres à espera de alta.
“As altas podem surgir a qualquer momento e nesse caso pode ganhar-se algum espaço e com isso volta a abrir o atendimento ao CODU, mas para já não há essa previsão”, disse a fonte do centro hospitalar, que, além da MAC, integra os hospitais de São José, Capuchos, D. Estefânia, Curry Cabral e Santa Marta.
A mesma fonte adiantou que a MAC está a ter “um acréscimo de 30% de partos” devido ao fecho de serviços de urgência de vários hospitais, tendo atendido no domingo na urgência 60 grávidas, mais 12 do que no mesmo dia de 2022, e no sábado atendeu 78, mais 17.
Este ano, até 3 de dezembro, a MAC já realizou 3.383 partos, mais 17,4% do que em 2022 (2.881), segundo dados do centro hospitalar, que precisa que o maior número foi registado em outubro, totalizando 362, mais 30,2% do que em 2022, seguido de novembro, com 343 (+32,4%), setembro, com 340 (+26,4%), agosto, com 336 (+24,4%) e julho, com 329 (+23,2%).
As limitações nos serviços de urgência também estão a ter impacto no Hospital São José, que viu aumentar a afluência no passado fim de semana. “Os fins de semana que por natureza são dias calmos neste caso foram dias complicados com maior número de casos e com maior gravidade”, disse a fonte do CHULC, observando que diariamente cerca de 40 doentes aguardam vaga para serem internados no hospital.
No feriado de 8 de dezembro, o Hospital São José recebeu nas urgências 770 doentes, mais 169 do que no mesmo dia de 2022, no sábado o número subiu para 793 (mais 79) e no domingo baixou ligeiramente para os 758 (mais 102). Diariamente, cerca de 40 doentes aguardam vaga para serem internados no Hospital São José.
Em relação ao Hospital de Santa Maria, fonte hospitalar adiantou à agência Lusa que atualmente há 180 doentes em circulação nas urgências, dos quais 120 são casos “complexos ou muito complexos”. “Temos 180 doentes em circulação na urgência, nas várias fases do processo – na triagem, na primeira observação, a aguardar exames, à espera de resultados, de diagnóstico, de internamento”, indicou.
A mesma fonte disse ainda que no domingo foram assistidas 230 crianças na urgência pediátrica. “Foi um dos maiores números deste ano e um dos maiores dos últimos anos”, salientou. Sobre o que está a ser feito para contornar a sobrelotação, segundo a fonte, o hospital está a “tentar agilizar internamentos”, reconhecendo que “os tempos de espera não são os ideais, mas não são ainda muito dilatados”.
“Cria uma grande pressão no serviço e forçosamente levará a tempos de espera que são indesejáveis”, acrescentou. Segundo a Direção Executiva do SNS, 33 serviços de urgência vão estar a funcionar com limitações esta semana e 50 unidades a funcionar em pleno (60%), dos 83 pontos em todo o país.
As especialidades com mais constrangimentos nas urgências são cirurgia geral, pediatria, ortopedia e ginecologia e obstetrícia, mas há quatro hospitais que apresentam, em alguns dias, limitações nas urgências da Via Verde AVC, nomeadamente Viana do Castelo, Guarda, Santarém e Garcia de Orta, em Almada.
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