Putin descreve Gaza como uma catástrofe e refuta comparações com Ucrânia

  • Lusa
  • 14 Dezembro 2023

"Toda a gente" pode verificar a diferença entre a "operação militar especial" na Ucrânia e o que está a acontecer em Gaza, afirma o Presidente russo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, descreveu esta quinta-feira a situação na Faixa de Gaza como uma catástrofe e negou que o nível de destruição seja semelhante ao que está a acontecer na Ucrânia.

“O que está a acontecer [na Faixa de Gaza] é uma catástrofe”, disse o chefe do Kremlin (presidência) na conferência de imprensa de fim de ano, citado pela agência espanhola EFE.

Putin disse que “toda a gente” pode verificar a diferença entre a “operação militar especial” (designação oficial russa da invasão de 24 de fevereiro de 2022) na Ucrânia e o que está a acontecer em Gaza.

“Não está a acontecer nada de semelhante na Ucrânia”, afirmou, sobre a guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas em curso desde 07 de outubro.

Putin recordou mesmo que o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que a Faixa de Gaza era o maior cemitério de crianças do mundo.

“Esta avaliação é objetiva. Esta avaliação é objetiva, o que se pode dizer”, acrescentou.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando um conflito que em quase dois anos destruiu muitas cidades e infraestruturas do segundo maior país da Europa, depois da Federação Russa.

Desconhece-se o número exato de baixas na Ucrânia, um país com mais de 43 milhões de habitantes, mas a ONU confirmou a morte de pelo 10.000 civis até novembro.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel, que matou 1.200 pessoas.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva aérea e terrestre que provocou um elevado nível de destruição de infraestruturas na Faixa de Gaza, um pequeno território com 2,3 milhões de habitantes.

A ofensiva israelita matou 18.600 pessoas na Faixa de Gaza, segundo os números mais recentes divulgados pelo Hamas, que controla o enclave palestiniano desde 2007 e é considerado um grupo terrorista por Israel.

Putin referiu também que a Rússia se ofereceu para enviar um hospital de campanha para a Faixa de Gaza, hipótese que disse ter sido descartada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, alegando que era inseguro.

O dirigente russo sublinhou que Moscovo mantém contactos com todos os países da região e elogiou a atitude enérgica do homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, que chegou a qualificar Netanyahu de “criminoso de guerra” em várias ocasiões.

A conferência de imprensa desta quinta-feira é a primeira do género de Putin após o início da guerra na Ucrânia e, tal como todas as anteriores, foi transmitida em direto pela televisão.

O Kremlin combinou este ano a conferência de imprensa com a linha direta do Presidente, na qual Putin responde a perguntas dos cidadãos russos.

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