Carla Castro recusa integrar lista de deputados da IL
A deputada rejeitou o convite depois de ter sido atirada do segundo para o sétimo lugar. "Fecha-se agora um ciclo, indo nos próximos tempos reequacionar o meu papel na vida política ativa", diz.
A deputada da Iniciativa Liberal (IL) e ex-candidata à liderança do partido, Carla Castro, rejeitou esta sexta-feira integrar a lista de deputados por Lisboa para as eleições legislativas antecipadas de 10 de março, depois de ter sido atirada do segundo para o sétimo lugar, que dificilmente será elegível, segundo uma carta enviada ao conselho nacional do partido, a que o ECO teve acesso.
“Após ter demonstrado a minha disponibilidade […] para incorporar a lista de deputados da IL às próximas eleições Legislativas pelo círculo eleitoral de Lisboa, fui convidada pelo vice-presidente Ricardo Pais de Oliveira, a quem agradeço, para ocupar o sétimo lugar, ‘eventualmente quinto ou sexto’. Decidi não aceitar o convite“, lê-se na mesma missiva.
Carla Castro foi sempre em segundo lugar: em 2019, com a lista encabeçada por Carlos Guimarães Pinto, e em 2022, com João Cotrim de Figueiredo. Para conseguir ser eleita na sétima posição, o partido teria de ter uma percentagem de pelo menos 14%, bem superior aos 5% alcançados em 2022. Ou seja, estaria num lugar que praticamente não seria elegível.
“Fecha-se agora um ciclo, indo nos próximos tempos reequacionar o meu papel na vida política ativa”, salienta Carla Castro, afirmando que continuará a ser liberal: “Sou e continuarei a ser liberal, reformista e praticante do desassossego construtivo. Continuo economista, gestora, e eu própria.”
A ainda deputada reforçou os princípios que orientam a sua ação política e pelos quais sempre se bateu, numa crítica velada ao próprio partido: “Acredito numa política baseada em princípios sólidos, com metas definidas, com uma perspetiva de serviço público e comprometida com a construção de um Portugal mais liberal. Acredito na relação da política com a sociedade civil, não de uma forma desconectada e em bolha, mas trabalhando de forma agregadora e orientada às pessoas, a quem os deputados representam. Acredito que as mensagens políticas devem ter profundidade e serem mais que slogans ou sound bites. Acredito que a mensagem política não pode estar assente numa exibição de virtude”.
Depois de ter sido tornada pública a comunicação de Carla Castro, fonte oficial da IL enviou uma nota às redações, esclarecendo que, num primeiro momento, “Carla Castro foi contactada com o objetivo de averiguar o seu interesse em integrar as listas”. E “a resposta foi afirmativa”, acrescentou.
Numa segunda fase, “a deputada foi informada de que a comissão executiva, após consulta das recomendações dos núcleos locais do distrito de Lisboa e reflexão, teria disponibilidade para a integrar na lista de Lisboa num lugar elegível entre o 5º e o 7º lugares, a fechar em reunião da comissão executiva”.
Face à recusa de Carla Castro, “a lista por Lisboa aprovada pela comissão executiva que seguirá para votação do conselho nacional não integra o seu nome”, de acordo com o partido.
“Nos últimos dias, foram efetuados contactos com várias pessoas, membros do partido e independentes, no contexto do processo de elaboração das listas de candidatos da Iniciativa Liberal às legislativas 2024”, indicou ainda a IL.
A deputada liberal foi candidata à liderança da IL, nas eleições internas de janeiro deste ano, e perdeu para Rui Rocha, tendo conseguido 44% contra 51% do atual presidente do partido. Quatro meses depois, Carla Castro abandonou a vice-presidência da bancada parlamentar dos liberais por considerar que os “cargos devem ter efetivo exercício dos mesmos”, o que não estava a acontecer.
(Notícia atualizada com os esclarecimentos prestados pela IL)
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