Uma nova esperança para Portugal
A mudança deve assentar na essência dos valores do humanismo, da tradição histórica e do dinamismo económico para seguir este novo caminho de criação de uma nova esperança.
O recente relatório do Conselho de Finanças Públicas mostra a continuação do atraso de Portugal, prevendo um crescimento potencial para a economia portuguesa muito limitado, de 0,7%, em linha com o que se verificou no último quarto de século.
Esta evolução não permite que a vida dos portugueses melhore significativamente. A produtividade por hora trabalhada em Portugal diminuiu de 69% da UE27 em 1995 para 67% em 2022, afastando-nos dos nossos parceiros. As expectativas são de que esta situação se continue a deteriorar até meados da próxima década se nada for feito.
O Partido Socialista governou o país em 75% do tempo decorrido desde 1995 e governava há oito anos ininterruptos. Os seus sucessivos governos destacaram-se pela pobreza de ideias e falta de alternativas para Portugal, sendo os grandes responsáveis pelo esconder dos problemas que afectam os portugueses e pelo adiar da sua resolução.
Apresenta agora dois candidatos que se limitam a repetir frases feitas e a distribuir benesses pelos votantes, que não têm qualquer ideia sobre como ultrapassar esta situação e mostram total incapacidade em apresentar soluções para resolver problemas em áreas tão diversas como a saúde, a educação, a justiça, a habitação ou o crescimento económico.
Se os portugueses querem uma vida melhor terão, por uma vez, que deixar de acreditar em promessas e no apontar permanente para os outros à procura de quem atribuir culpas. A ausência de qualquer ambição para Portugal, que foi norma nos últimos anos de governação, é demasiado confrangedora e limitadora de uma esperança renascida para o bem comum.
Felizmente para os portugueses, o socialismo e a sua barafunda estão de saída, e com ela regressa a esperança num futuro melhor. Um país sem memória é um país sem futuro e o caminho para o desenvolvimento requer que o mesmo país que deixou o “afunilamento” no Império e no ouro do Brasil largue também a sua “anulação” no imobilismo estatizante das últimas décadas.
É preciso uma nova esperança para Portugal. A História mostra que Portugal se desenvolve quando coloca o Homem no centro, segue a tradição e se abre ao exterior, procurando oportunidades de outras formas e noutras áreas ou locais.
Num contexto em que o centro do sistema internacional se desloca para o Pacífico e se fracciona em diferentes agentes (empresas, ONGs, organizações internacionais, etc.), Portugal corre o risco de cair numa situação de dependência absoluta face a uma União Europeia (UE) “rica”, mas com uma população estagnada e uma dinâmica económica limitada.
Para alguns isso pode parecer suficiente, mas o passado recente mostra que não é viável para ultrapassar o desalento do medíocre aumento do nível de vida e do fraco crescimento económico que caracteriza Portugal.
Onde antes havia a expectativa de convergir com os povos mais desenvolvidos, há hoje a tristeza da divergência que levou Portugal a cair para a cauda da UE, por responsabilidade de um PS incapaz e, por esse motivo, desejoso de se libertar das responsabilidades para as quais manifestou não ter perfil para assumir.
O socialismo e a sua barafunda estão de saída, e com ela regressa a esperança num futuro melhor. Um país sem memória é um país sem futuro e o caminho para o desenvolvimento requer que o mesmo país que deixou o “afunilamento” no Império e no ouro do Brasil largue também a sua “anulação” no imobilismo estatizante das últimas décadas.
A falta de visão para que Portugal se desenvolva e cresça economicamente ficou confirmada com a ausência de quaisquer medidas concretas nos últimos anos em termos de promoção do espírito empreendedor dos portugueses. Por isso Portugal precisa de uma nova resposta, de uma visão e de um objectivo mobilizadores, e de novas pessoas que os ponham em prática, um país mais autónomo e mais aberto, que assuma a sua realidade enquanto se vira para o exterior, um país que gere riqueza para todos – no interior e no litoral; no Norte, no Sul e nas ilhas; nos campos e nas cidades.
Portugal precisa de uma nova esperança que aplique valores essenciais do ser português – Liberdade, Trabalho, Família e Propriedade – aos novos tempos e torne o nosso país num exemplo para os outros povos.
Um futuro sustentável que assente nos desenvolvimentos da ciência, da tecnologia e da economia, numa adaptação consistente e coerente dos comportamentos que garanta que as gerações futuras encontrarão um mundo onde a vida sustentável seja possível, protegendo a agricultura e o mundo rural, promovendo a biodiversidade, garantindo o acesso à água, restaurando os equilíbrios climáticos e cooperando ao serviço dos valores da paz, da prosperidade, da justiça, da liberdade, de respeito pela vida e pela dignidade da pessoa humana.
Novas pessoas e novas ideias que mostrem aos portugueses um novo caminho para o desenvolvimento. Como democracia que ambiciona o melhor para a sua população, Portugal tem de afirmar a sua interdependência face ao resto do Mundo. O interesse próprio de uma pequena economia tem de ser mais do que o “seguidismo” europeu ou reagir ao curso dos acontecimentos. Tem de passar por mudanças que coloquem Portugal no caminho certo.
Para o implementar são necessários quadros que se distingam pela sua competência e pela experiência governativa alargada no sector privado e em todos os níveis do Estado, e que privilegiam os valores humanistas e sejam confiáveis, responsáveis e credíveis, alcançando a estabilidade governativa que permita ultrapassar a actual indefinição do país.
Para trilhar este novo caminho é preciso que haja uma renovação política em todas as áreas – saúde, educação, qualificações e formação, sustentabilidade ambiental, internacionalização e competitividade, investigação científica, inovação tecnológica e digitalização, segurança e defesa, justiça, acção social, etc. – para garantir que o Estado desempenhe o seu papel subsidiário, servindo as famílias e as empresas. Por isso, é necessária uma renovação na organização e no funcionamento do Estado que o coloque ao serviço dos portugueses e que se integre no fito comum de afirmar Portugal como uma nação aberta ao exterior, que continua o que fez em toda a História: gerir o seu destino.
A mudança deve assentar na essência dos valores do humanismo, da tradição histórica e do dinamismo económico para seguir este novo caminho de criação de uma nova esperança. É a concretização desta visão que é urgente: a recuperação dos valores centrais do ser português e da grandeza de espírito que sempre guiou Portugal.
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