Francisco Assis lidera lista à comissão nacional do PS
O presidente do Conselho Económico e Social é o número um do órgão máximo entre congressos. O conclave que consagra Pedro Nuno Santos como líder socialista realiza-se entre sexta-feira e domingo.
O presidente do Conselho Económico e Social, Francisco Assis, que apoiou Pedro Nuno Santos na campanha eleitoral interna, encabeça a lista à comissão nacional do PS, avançou esta quinta-feira fonte oficial do secretário-geral socialista.
O congresso do PS realiza-se entre sexta-feira e domingo, na FIL, em Lisboa, e irá consagrar Pedro Nuno Santos no cargo de secretário-geral do PS, sucedendo assim a António Costa, e eleger os 251 nomes para a comissão nacional.
Será apresentada uma única lista com nomes indicados pelo líder do PS e o candidato derrotado, José Luís Carneiro. Francisco Assis é a primeira escolha de Pedro Nuno Santos tornada pública. Nas negociações entre ambos, ficou acordado que o ainda ministro da Administração Interna teria uma quota de 35% dos membros das comissões nacional e política do PS.
A comissão política, que é o órgão responsável pelas listas de deputados às eleições legislativas antecipadas de 10 de março, será aprovada pela comissão nacional mais tarde, daqui por uma semana ou duas. Até porque os nomes dos candidatos a parlamentares têm de ser entregues até 29 de janeiro.
A cerimónia de abertura, marcada para as 19h30 desta sexta-feira, contará primeiro com as intervenções de Marta Temido, ex-ministra da Saúde e potencial candidata do PS às Autárquicas de 2025, a que se seguem as de Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente, e finalmente de António Costa, primeiro-ministro.
O novo líder do PS, Pedro Nuno Santos, vai discursar no sábado, à hora do almoço, e encerra o conclave no domingo às 12h.
Esta tradição em que o ex-líder do PS faz um balanço do mandato no arranque do congresso para passar a pasta ao novo secretário-geral que faz o encerramento tinha sido quebrada em 2011, quando José Sócrates, que se demitiu de secretário-geral do PS após ter perdido as eleições legislativas para o PSD de Pedro Passos Coelho, optou por não estar presente no congresso de setembro desse ano que consagrou a liderança de António José Seguro.
Depois, em 2014, António José Seguro também se afastou da vida política do PS logo após ter perdido em setembro desse ano as eleições primárias para António Costa e esteve ausente no congresso de dezembro de 2014.
“Este modelo, em que António Costa fala na sexta-feira sobre o PS e o Governo até aqui, e Pedro Nuno Santos fala sobre os desafios que o partido vai enfrentar, mostra que há uma estreita coordenação entre o ainda primeiro-ministro e o novo secretário-geral do PS”, referiu à agência Lusa fonte da direção cessante dos socialistas.
Os trabalhos arrancam depois no sábado pelas 10h30, estando prevista para as 11h30 a apresentação e o debate das moções políticas de orientação nacional de Pedro Nuno Santos e dos candidatos derrotados, José Luís Carneiro e Daniel Adrião.
No domingo, entre as 9h e as 11h30 realizam-se as votações para a moção global de orientação política e a eleição dos órgãos nacionais: comissão nacional, comissão nacional de jurisdição e comissão nacional de fiscalização económica e financeira.
Pelas 10h30, decorre a apresentação das moções setoriais e às 12h00 realiza-se a sessão de encerramento, com Pedro Nuno Santos, e a proclamação dos resultados.
Pedro Nuno Santos eleito com 62% dos votos
A 16 de dezembro, nas eleições diretas para a liderança deste partido, Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS, com 24.080 votos, correspondentes a 62%. José Luís Carneiro foi o segundo mais votado, com 14.868 votos, correspondentes a 36%, e Daniel Adrião ficou em terceiro lugar, com 382 votos, 1%.
A candidatura de Pedro Nuno Santos elegeu também a maioria dos delegados ao Congresso do PS, 909, seguindo-se a de José Luís Carneiro, que elegeu 407, enquanto a de Daniel Adrião elegeu cinco delegados, de acordo com o presidente da Comissão Organizadora do Congresso, que referiu que estes são resultados provisórios.
O PS tem aproximadamente 80 mil filiados, dos quais cerca de 60 mil tiveram direito a votar nestas eleições diretas, por estarem inscritos há pelo menos seis meses e com quotas em dia. Votaram nas últimas eleições diretas e para a escolha de delegados ao congresso cerca de 40 mil.
Este processo eleitoral no PS foi aberto com a demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro, a 7 de novembro, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.
(Notícia atualizada às 17h14)
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