Manuel Alegre eleito com 95,34% dos votos presidente honorário do PS
A Comissão Nacional do PS aprovou hoje, com 95,34% dos votos, o escritor, histórico socialista e membro do Conselho de Estado Manuel Alegre como presidente honorário deste partido.
A Comissão Nacional do PS aprovou hoje, com 95,34% dos votos, o escritor, histórico socialista e membro do Conselho de Estado Manuel Alegre como presidente honorário deste partido.
Esta proposta partiu do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e do presidente dos socialistas Carlos César. A distinção de presidente honorário do PS foi antes atribuída aos fundadores do PS Manuel Tito de Morais, António Macedo e António Arnaut e, também, a António de Almeida Santos, que foi ministro de Mário Soares e presidente da Assembleia da República entre 1995 e 2002.
No seu longo percurso político, o escritor e poeta Manuel Alegre, que se destacou na luta contra o regime do Estado Novo, entrou para o PS em 1974, foi secretário de Estado de Mário Soares, deputado em várias legislaturas e candidato presidencial nas eleições de 2006 e 2011, em que perdeu diante de Aníbal Cavaco Silva.
Antes de Manuel Alegre, o PS teve como presidente honorário António de Almeida Santos, antigo ministro de Mário Soares e presidente da Assembleia da República entre 1995 e 2002.
Na recente corrida à sucessão de António Costa no cargo de secretário-geral do PS, Manuel Alegre apoiou a candidatura vencedora de Pedro Nuno Santos.
No plano político, sobretudo desde o início da década de 90, Manuel Alegre defendeu que o PS deveria ter entendimentos preferenciais com as forças politicas à sua esquerda. Após as eleições legislativas de 2015, apoiou que o então secretário-geral do PS, António Costa, formasse o Governo socialista minoritário da “Geringonça”, suportado no parlamento pelo Bloco de Esquerda, PCP e PEV.
Atualmente com 87 anos, o escritor e “histórico” socialista nasceu em Águeda, foi estudante universitário em Coimbra, admitiu vir a ser advogado, mas a luta académica afastou-o desse seu objetivo de juventude.
Foi o fado, a boémia, o teatro através da fundação do CITAC – Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra – e do TEUC – Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra -, as serenatas e a contestação que acabaram por ter, nessa altura, a primazia na vida de Manuel Alegre.
Data da época coimbrã o seu célebre livro “Praça da Canção”, cujos poemas foram musicados e cantados por Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, Zeca Afonso, Amália Rodrigues e tantos outros, passando a canções panfletárias de revolta e contestação, como “Nambuangongo meu amor” e “Trova do vento que passa”.
Fez serviço militar, foi mobilizado para a guerra colonial em Angola, esteve na prisão, teve residência fixa, esteve na clandestinidade e no exílio em Paris e na Argélia durante o Estado Novo.
Manuel Alegre, que regressou a Portugal em 02 de maio de 1974, após a revolução de Abril, começou por fundar os “Centros Populares 25 de Abril” e acabou por aderir ainda nesse ano ao PS.
Em 25 de novembro de 1975 fez a ponte entre o PS e o “Grupo dos Nove” e, em 1976, estabeleceu o primeiro contacto com o general Ramalho Eanes para que este fosse candidato presidencial.
Deputado constituinte em 1975, pelo grupo parlamentar socialista, desempenhou as funções de Secretário de Estado da Comunicação Social no I Governo Constitucional de que foi porta-voz, tendo sido eleito em outubro de 1995 vice-presidente da Assembleia da República.
Foi deputado ao longo de 34 anos, em 2004 candidatou-se a secretário-geral do PS, mas perdeu diante de José Sócrates. Entre 2005 e 2016, foi membro do Conselho de Estado, eleito pela Assembleia da República, em representação do PS, lugar que retomou em 2022.
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