Perder comboio da competitividade pode custar até um bilião às empresas europeias
Um estudo elaborado pela McKinsey expõe sete áreas críticas onde a Europa apresenta fragilidades ao nível da competitividade.
A Europa enfrenta novas fragilidades que poderão expor um défice de competitividade das empresas europeias, alerta um novo estudo da McKinsey. Para a consultora, é fundamental que os decisores políticos e os líderes empresariais europeus colaborarem e trabalhem numa agenda arrojada e integrada para acelerar a competitividade e o crescimento na Europa, sob pena da região perder entre 500 mil milhões e um bilião de valor acrescentado.
A Europa enfrenta uma grande pressão sobre a sua competitividade em sete dimensões fundamentais: inovação, energia, cadeias de abastecimento, capital, talento, dimensão e concorrência e mercados, conclui o estudo da McKynsey Global Institute (MGI) Accelerating Europe: Competitividade para uma nova era, divulgado esta terça-feira e ao qual o ECO teve acesso.
“A competitividade da Europa tem-se baseado em grande medida na sua excelência industrial, mas uma nova era geoeconómica está a criar forças que evidenciam novas fragilidades”, sintetiza Sven Smit, sócio sénior da McKinsey e presidente do MGI.
Se não for resolvido [o problema da competitividade], entre 500 mil milhões e 1 bilião de euros de valor acrescentado europeu poderão estar em jogo anualmente até 2030.
Massimo Giordano, sócio sénior da McKinsey e managing partner da McKinsey Europa acrescenta que a região “é líder mundial em matéria de sustentabilidade e inclusão e é o lar de campeões icónicos de elevado crescimento e rentabilidade em quase todos os setores”, no entanto, a menos que “aborde a sua competitividade num mundo que está a mudar rapidamente, tudo isso pode ser posto em risco. As oportunidades estão aí”.
E os riscos são elevados. De acordo com as estimativas da McKynsey, se a região não aumentar a competitividade nas áreas críticas vai perder retorno económico. “Se não for resolvido [o problema da competitividade], entre 500 mil milhões e 1 bilião de euros de valor acrescentado europeu poderão estar em jogo anualmente até 2030”, remata Sven Smit.
Investimento na inovação e corte de preços de energia entre as soluções
Segundo os especialistas da McKinsey, o reforço da competitividade das empresas europeias pode conseguir-se com a implementação de um conjunto de medidas, que incluem governos e empresas.
A aposta na inovação, através de uma duplicação da despesa pública e privada, nomeadamente através do aumento dos contratos pré-comerciais, é a primeira medida sugerida no estudo.
Duplicar a escala média das empresas líderes, por exemplo, através da introdução de um regime de regras empresariais comuns da União Europeia, reduzir para metade os preços da energia através do desenvolvimento e do acesso a novas fontes de energia, ou tornar-se um líder mundial na adoção de tecnologias, acelerando a requalificação e a rotação da mão-de-obra, incluindo a aplicação dos princípios da flexigurança são outras das propostas apresentadas pela consultora.
Uma última medida passa pela duplicação do fluxo de novos projetos de investimento direto estrangeiro (IDE), em especial dos líderes tecnológicos mundiais, através, por exemplo, de regras favoráveis às empresas e de uma política industrial específica.
“Chegou o momento de os decisores políticos e os líderes empresariais europeus colaborarem e elaborarem uma agenda arrojada e integrada para acelerar a competitividade e o crescimento na Europa”, conclui Solveigh Hieronimus.
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