BRANDS' ECO Inteligência Artificial nas empresas: impacto na indústria

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  • 26 Janeiro 2024

A utilização da IA nas empresas tem sido cada vez mais valorizada. Filipe Marques, da Siemens, revela a estratégia da empresa com o uso da IA para o setor industrial.

Num mundo onde a inovação é a chave para a eficiência, a Inteligência Artificial destaca-se como um instrumento estratégico que pode delinear o futuro das empresas.

Neste contexto, gigantes empresariais assumem a dianteira e têm vindo a explorar de forma pragmática as inúmeras aplicações da IA para potenciar as suas operações.

E é neste sentido que a Siemens tem desenvolvido projetos com recurso ao uso da Inteligência Artificial, muito antes de o tema se tornar tão conhecido do grande público.

Filipe Marques, responsável pela equipa de Data Management, Analytics and Artificial Intelligence na Siemens Portugal, explica, em entrevista, quando começou a relação da empresa com a IA e os projetos que têm vindo a desenvolver com esta tecnologia.

A Siemens é uma das pioneiras da Inteligência Artificial. O departamento central de investigação e desenvolvimento da empresa – que atualmente tem uma equipa localizada em Portugal a desenvolver projetos também nesta área – já trabalhava no tema na década de 70”, começou por dizer.

O responsável da Siemens afirmou, ainda, que também na década de 70, a empresa estava a trabalhar numa “espécie de avô do ChatGPT”: “Em 1974, os investigadores da Siemens estavam a trabalhar num sistema interativo e automático de perguntas e respostas em linguagem natural”.

Atualmente, a Siemens emprega mais de 1400 especialistas em IA em todo o mundo e conta com mais de 3700 pedidos de patentes nesta área, o que a torna a empresa com mais pedidos da Europa e a 13ª a nível mundial.

Filipe Marques, responsável pela equipa de Data Management, Analytics and Artificial Intelligence na Siemens Portugal

Estratégia e projetos da Siemens com a IA

Na Siemens, a Inteligência Artificial é considerada uma das tecnologias-chave e é utilizada por toda a empresa, interna e externamente. A nossa principal aposta é a Inteligência Artificial Industrial, ou seja, a IA para os setores que formam a espinha dorsal das nossas economias, como a indústria, as infraestruturas, a mobilidade ou a saúde”, explicou Filipe Marques.

Um dos mais recentes projetos desenvolvidos pela Siemens, com recurso à IA, é a parceria global estabelecida com a Microsoft para impulsionar a Inteligência Artificial na indústria, que incluiu o lançamento do Siemens Industrial Copilot, um assistente baseado em IA generativa, concebido para melhorar a colaboração homem-máquina e aumentar a produtividade e a eficiência ao longo de todo o ciclo de vida industrial.

“Desde a década de 70, a IA Industrial tem sido potenciada como parte desta estratégia. A sua aplicação na gestão dinâmica do arrefecimento de data centers, por exemplo, está a melhorar as operações destas infraestruturas e a aumentar a sua eficiência energética. Paralelamente, os edifícios estão a tornar-se ainda mais inteligentes graças a aplicações, plataformas e soluções de conectividade baseadas em IA. Estas estão também a revolucionar o setor dos transportes tornando-o mais flexível, eficiente e inclusivo”, disse.

Filipe Marques deu, ainda, alguns exemplos de como a IA pode melhorar a eficiência em vários setores económicos: “No setor das infraestruturas, a IA ajuda a integrar cada vez mais energias renováveis na rede, sem comprometer a estabilidade. No setor da mobilidade, é utilizada na condução autónoma de elétricos, permitindo aos veículos responder a sinais, parar nas paragens corretas e reagir a perigos. No setor da saúde, apoia os radiologistas na interpretação de imagens ao detetar rapidamente anomalias”.

Neste âmbito, a Siemens está a criar soluções digitais para resolver problemas reais, como os mencionados. Ou seja, a estratégia passa por combinar o mundo real e o mundo digital, o software e o hardware, para ajudar as empresas a aumentar a sua produtividade e a eficiência com que usam os mais variados recursos no decorrer das suas operações, tornando-as mais sustentáveis.

Para isso, a empresa lançou recentemente a Siemens Xcelerator, uma plataforma de negócios aberta e digital, que permite a empresas de todas as dimensões e de todos os setores de atividade, acelerarem a sua transformação digital de forma fácil, rápida e à escala.

Uma década do Lisbon Tech Hub

Em Portugal, a Siemens desenvolveu o Lisbon Tech Hub, um centro de competências internacional de tecnologias de informação (TI). Este conta com mais de 1300 especialistas altamente qualificados e desenvolve projetos para todo o mundo Siemens, em áreas como a IA, big data, desenvolvimento e teste de software, cloud, cibersegurança e serviços de infraestrutura de TI.

“Em abril deste ano vamos celebrar o nosso 10.º aniversário, e com excelentes perspetivas de crescimento. Das cerca de 220 vagas atualmente em aberto para a Siemens Portugal, mais de 40% são para o Lisbon Tech Hub”, partilhou.

As equipas do Lisbon Tech Hub participam no desenvolvimento de vários projetos, entre eles o projeto que a Siemens está a implementar para a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL), que inclui a instalação de um centro de controlo de água, energia e monitorização de emissões de gases com efeito de estufa, único no país, e a implementação de soluções avançadas de telemetria.

Tiveram também um papel relevante no projeto implementado pela Siemens no edifício Infinity, o novo empreendimento da Vanguard Properties, em Lisboa. Este incluiu o fornecimento e a instalação de 200 carregadores para veículos elétricos e um sistema de gestão inteligente da infraestrutura de carregamento, que permite monitorizar e gerir os consumos de energia e otimizar a performance energética do edifício.

Estes projetos são, para Filipe Marques, a prova de que “o mundo precisa das tecnologias que as equipas do Lisbon Tech Hub desenvolvem diariamente e nas quais têm competências únicas”.

A tecnologia é fundamental para que a humanidade consiga adaptar-se rapidamente a eventos mais ou menos inesperados e extremos, para aumentar a eficiência e a produtividade, e para abrir caminho para um futuro mais digital, resiliente e sustentável”, concluiu.

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