Ordem dos Engenheiros defende que Portugal precisa de tomar “decisões urgentes”

O bastonário da Ordem dos Engenheiros destaca que o país tem anos de investimentos elevados, como o novo aeroporto, mas pede aos governantes que decidam de forma rápida e não percam oportunidades.

Portugal tem décadas de investimento público pela frente, mas os seus governantes têm de ser capazes de tomar “decisões urgentes” e implementá-las atempadamente, defende Fernando de Almeida Santos. Para o bastonário da Ordem dos Engenheiros, Portugal poderia estar noutro patamar de desenvolvimento e apenas não o está devido a falhar na rápida aplicação de decisões.

“Portugal tem de ser um país desenvolvido, enquadrado no quadro europeu”, defende Fernando de Almeida Santos, no no XXIII congresso da Ordem dos Engenheiros, a decorrer esta quinta e sexta-feira no Porto. Para o bastonário, “Portugal carece de um muito maior rasgo político de inovação, precisamos ser mais ativos“, lembrando que o país poderia estar noutro patamar de desenvolvimento, uma vez que existem fundos disponíveis e há objetivos definidos.

Falhamos na rápida aplicação. Porquê? Falta decisão atempada“, conclui o mesmo responsável, acrescentando que “Portugal precisa de decisões urgentes”, isto sobretudo num momento em que o país tem décadas de investimento público pela frente. “Se decidirmos o nuclear, o aeroporto, o onde não é problema. Tem que se decidir“, atira.

A falar sobre os desafios que a engenharia e a sociedade têm pela frente, o bastonário destacou ainda a transição 5.0, que conjuga o digital e o green, argumentando que também aqui o país “carece de decisões fortes e imediatas“, decisões estas que têm que ser feitas em linhas com as tendências mundiais.

Em relação a este tema, o responsável adianta que gostaria “de ver uma muito melhor independência energética no que concerne a energias limpas”, propondo a criação de uma espécie de “PIB sustentável”, que incluísse indicadores digitais e energias verdes e sustentáveis.

Fernando de Almeida Santos deixou ainda uma crítica ao Governo, relativamente à aprovação dos novos estatutos das ordens profissionais. Apesar de elogiar o diálogo estabelecido com a ministra da Habitação, Marina Gonçalves, lamentou que os novos estatutos aprovados na Assembleia da República tenham deixado de lado alguns pontos negociados com a tutela.

Houve um bom trabalho conjunto, mas depois deu-se uma aprovação na Assembleia da República, desvirtuando uma parte da negociação“, lamentou, adiantando que espera que parte desse trabalho possa ser recuperado na votação dos regulamentos.

Também presente no congresso, a ministra da Habitação cingiu-se a referir a importância do setor da engenharia para a construção da comunidade. “Não podemos falar dos grandes investimentos que temos para desenvolver o país sem engenharia”, desde a habitação, à mobilidade, à agua, ao tecido empresarial.

Marina Gonçalves saudou ainda “o diálogo muito construtivo, com convergências e divergências, para construir este plano de futuro para comunidade e políticas publicas”, um trabalho em constante desenvolvimento.

A governante adiantou ainda que é preciso continuar a apostar na “formação, capacidade de qualificar e ter esta resposta nacional para os desígnios nacionais que queremos implementar”. “Só assim seremos capaz de casar estes objetivos: ter capacidade instalada no país ao mesmo tempo que queremos que seja usada para promoção nacional“, concluiu.

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