BRANDS' ECO Tecnologia: perspetivas para 2024

  • BRANDS' ECO
  • 2 Fevereiro 2024

O estudo KPMG Global Tech Report 2023 refere que 99% das organizações geraram retorno dos seus investimentos em transformação digital.

Estes resultados são indicadores de que há motivos para enfrentar com confiança os desafios e as incertezas que irão impactar os negócios durante este ano. Por outro lado, a opção por ignorar as tecnologias digitais emergentes poderá levar à obsolescência e falta de competitividade. A IA Generativa, os sensores, os robotics, a realidade aumentada, o metaverso ou o low-code irão, com certeza, consolidar-se nas agendas de transformação de negócio com tecnologia.

Resumindo, algumas das prioridades que vão definir a agenda de tecnologia nas organizações em 2024:

1- Incrementar inovação e transformação acelerada com TI

Há cada vez mais escrutínio e rigor nos investimentos ajustando-os ao contexto, e a função de TI está mais pressionada para entregar resultados. Sinal disso são os vários clientes com que estamos a trabalhar na racionalização, eficiência e aceleração da entrega de resultados tangíveis para transformação de negócio com tecnologia. O ano de 2024 será marcado por pressão sobre as TI para entregar mais, mais rápido e melhor.

Os investimentos em novos métodos e em tecnologias para aumentar a eficiência das TI e acelerar a entrega de resultados ao negócio estão a ser postos à prova para gerar valor. Por exemplo, estamos a trabalhar na adoção de plataformas low-code para acelerar a transformação digital e reduzir a dívida técnica. Acelerando o desenvolvimento de aplicações, com a governação adequada, o low-code garante controlo, consistência e conformidade sem comprometer a eficiência. Com o aumento da utilização generalizada da IA Generativa vão também aumentar os casos combinados com low-Code para, por exemplo, acelerar o ciclo de desenvolvimento de software ou criar experiências de utilização personalizadas, envolventes e escaláveis.

2- Incubar mais talento

Os últimos anos têm sido marcados pela ameaça da escassez de mão-de-obra especializada. Com a diminuição do peso relativo dos investimentos em treino e formação nos orçamentos de TI, a contrastar com o aumento dos custos salariais, é inevitável mudar o paradigma das abordagens tradicionais para atrair, reter e desenvolver talentos que se tem revelado ineficaz para reverter esta situação. Acreditamos que haverá maior foco na incubação de talento e mais parcerias e alianças entre agentes do setor para escalar a produção de competências digitais.

3- Crescimento do XaaS (all as a service) e novas formas de trabalhar

Vão continuar a aumentar as ferramentas e serviços baseados em cloud com o XaaS a influenciar mais as agendas de TI. Fruto da necessidade de integrar um ecossistema interno moderno de desenvolvimento com tecnologias terceirizadas, a transição para o “tudo como serviço” impulsionará novas soluções, modelos comerciais e operativos. Para tirar partido da dinâmica deste ambiente, as empresas terão de adaptar a sua função de TI redefinindo a forma como gerem custos e riscos e como atualizam as suas estratégias tecnológicas e formas de trabalhar.

4- Empresas e negócios mais data-centric

O investimento em dados e analítica irá aumentar e a curto prazo o desafio passa por enquadrar e preparar a função de TI para manter a tecnologia gerida e governada, com dados confiáveis e tempestivos, determinantes para a relevância da IA.

Haverá mais iniciativas para incorporar informação e conhecimento nos processos de negócio, automação inteligente e IA. Será necessário adequar estratégias e arquiteturas de dados, a literacia e mecanismos que assegurem confiança e fiabilidade na utilização da IA e machine learning.

5- Maior foco na resiliência das TI

A digitalização expôs as organizações aos riscos e é provável que ocorram mais eventos de cibersegurança com maior impacto. A “corrida às armas” com os atacantes parece ser invencível e responsáveis pela segurança tecnológica sabem que não se poderão limitar a reforçar os mecanismos implementados, devendo haver maior foco e investimentos em literacia e resiliência cibernética.

6- Operações responsáveis

As dimensões do ESG são um referencial de criação de valor poderoso e inovador que está a ser exigido por investidores, clientes, colaboradores e reguladores. A agenda de tecnologia das organizações tem de o incluir e isso acontecerá em duas dimensões: a) como enabler, utilizando as TI como facilitadoras da transformação necessária para cumprir os requisitos ESG; e b) contribuidor, aumentando a eficiência da função de IT para o desempenho ESG da organização.

A tecnologia é importante e vai continuar a desempenhar um papel ativo para as organizações e negócios e para a melhoria do ambiente e sociedade. Deverá ser cada vez mais objetiva e ética e as agendas de transformação terão de conjugar a maximização da resiliência com o desempenho das TI enquanto navegam num contexto de negócio desafiante.

Rui Gonçalves, Partner de Technology Consulting da KPMG Portugal

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