TMG Automotive vai abrir segunda fábrica fora de Portugal

A empresa de têxteis para a indústria automóvel vai avançar este ano com a construção de uma nova unidade fabril fora do país, revela a CEO. Isabel Furtado alerta que setor vai ter um ano difícil.

A TMG Automotive, o segundo maior fornecedor europeu de materiais de interior para a indústria automóvel, vai abrir uma nova fábrica fora de Portugal, revelou ao ECO a presidente executiva, Isabel Furtado.

“Como há uns anos atrás decidimos fazer uma fábrica nova na China, estamos também a pensar em alargar os nossos horizontes globais e fazer outra fábrica fora de Portugal“, avança Isabel Furtado, em declarações à margem da margem da 6.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, que decorreu quinta-feira, no Porto.

O grupo de Famalicão tem duas fábricas em Portugal e tem, desde 2020, uma fábrica na China, na cidade portuária de Ningbo, em consórcio com parceiros chineses e americanos. Tem também, desde 2012, uma parceria com a Haartz nos EUA. Agora vai somar uma quarta unidade fabril, cuja localização Isabel Furtado diz não poder ainda revelar.

Adianta, no entanto, que será “uma nova fábrica de raiz, num local onde é necessário ter um tipo de indústria igual à nossa. Os nossos clientes estão lá instalados e, portanto, há sempre uma necessidade de produção local”. “A nossa estratégia de seguir os nossos clientes é para abastecê-los nos locais onde eles têm produção, diminuindo também a pegada ecológica”, acrescenta a CEO da TMG Automotive.

A empresa, que trabalha com as grandes marcas automóveis mundiais, registou receitas de 123 milhões de euros em 2022, segundo os dados compilados pela Informa DB. Sem revelar números, Isabel Furtado diz que 2023 “foi um ano melhor do que orçamentado”. “Conseguimos não só realizar os projetos previstos, como aumentar as vendas em algumas original equipment manufacturers, de uma forma mais significativa e, portanto, para nós foi um bom fecho para 2023″, acrescenta.

“Um ano difícil” para a indústria têxtil

A interrupção do transporte marítimo através do Canal do Suez está a afetar a empresa e a CEO da TMG afirma que irá acabar por se refletir nos preços.

Qualquer disrupção no Canal de Suez afeta toda a economia europeia, não só a TMG, mas também qualquer empresa que necessite ou de exportar ou de importar bens que atravessem o estreito. Implica mais duas semanas e 7.000 quilómetros de navegação à volta da África”, refere Isabel Furtado.

Não é só as exportações, é também a importação de componentes e, nomeadamente para a indústria automóvel, componentes que vêm da Ásia. Estamos a falar muitas vezes de microchips, que depois afetam a produção de carros na Europa. Posso dizer que muitas das nossas produções que iriam para a Alemanha, para a Bulgária, para a República Checa, estão a ser afetadas pela falta de componentes eletrónicos, como já aconteceu na pandemia.

Isabel Furtado, que é também vice-presidente da ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, afirma que o setor vai ter um ano difícil, devido a condicionantes que vêm desde o tempo da pandemia, a que acresce o impacto da guerra na Ucrânia e no Médio Oriente.

Há uma diminuição na procura de têxteis convencionais e, portanto, 2024 vai ser um ano muito difícil para a indústria têxtil. Vamos ter que, mais uma vez, apelar à resiliência e à resistência dos nossos empresários”, afirma.

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