PME

Heróis PME: Do sonho à realidade, história de sucesso

  • ECO
  • 1 Março 2024

O debate "Do sonho à realidade, histórias de sucesso de PME" contou com a presença de Bernardo Maciel, da Yunit Consulting; Ema Dias, da WDMI; e Susana Pascoal, da VICTORIA Seguros.

“Do sonho à realidade, histórias de sucesso das PME” foi o mote do debate, que decorreu no dia 27 de fevereiro, às 15 horas, no estúdio do ECO, e que contou com a presença de Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting, Ema Dias, Chairwoman da WDMI, grande vencedora da edição anterior e Susana Pascoal, Diretora de Marketing da VICTORIA Seguros.

O debate, moderado por António Larguesa, editor do ECO, abordou temas como o que motivou a criação do Prémio Heróis PME, o que caracteriza as PME que se tornam vencedoras do prémio e, ainda, os obstáculos e desafios que as PME enfrentam em Portugal.

“Aquilo que nos impulsionou no arranque desta iniciativa foi a necessidade e a vontade de dar visibilidade às histórias que fugiam do foco. Na verdade, aquilo que foi sustentando o país num período pós-crises foram as PME. E foi aí que nós sentimos que era importante passar essas histórias a dois níveis – primeiro para dar valor e visibilidade a quem normalmente está preocupado com o dia-a-dia e não tanto com esta visibilidade, por outro lado também percebemos que estas histórias ajudam a impulsionar e a entusiasmar, o que é fundamental“, começou por dizer Bernardo Maciel.

O Prémio Heróis PME, que vai para 6ª edição, tem alguns critérios importantes que as PME devem seguir antes de se candidatarem, no entanto, o CEO da Yunit Consulting garante que o mais importante “é terem uma história para contar e, sobretudo, entender que a sua história pode entusiasmar outros a continuarem a fazer este caminho. Os critérios inspiracionais são aqueles que nós achamos que são fundamentais para haver candidatura“.

“Uma das razões pelas quais este projeto da Yunit era diferenciador sobre todos os outros era porque ele traz histórias empresariais, mas contadas na primeira pessoa, ou seja, com toda a riqueza, com toda a alma, com toda a humanidade que isso traz. E, por outro lado, o que também era importante nessas histórias eram os pontos de inflexão delas, ou seja, perceber como é que se deu o salto, quais foram os momentos de decisão difícil. Nós vemos mais o fracasso, os erros, como uma fase de preparação para que o sucesso se dê. Então estas histórias também acabavam por ter isto completamente integrado, de uma forma fluida. E a generosidade com que as pessoas se expõem e as partilham é absolutamente diferenciador“, explicou Susana Pascoal, da VITORIA Seguros, a primeira empresa a juntar-se à Yunit quando esta distinção foi criada.

Por sua vez, Ema Dias, que já foi distinguida com o prémio Heróis PME, explicou o efeito que a distinção trouxe: “Teve um efeito muito positivo. É importante a visibilidade pública que todas as marcas que estão associadas à iniciativa e à candidatura nos projetam. Para o público em geral, é muito importante os vídeos que passam sobre nós. A equipa ficou muito mais motivada porque foi o reconhecimento do trabalho árduo e de um esforço que fazemos no dia-a-dia. Para o exterior, para os nossos parceiros nacionais e internacionais, também é muito gratificante, dá-nos a oportunidade de criar parcerias mais estratégicas”.

A responsável da WDMI explicou que o core de negócio da empresa “é a distribuição de material informático novo e recondicionado”, no entanto o foco está no recondicionado, já que “é um produto que não vai para o lixo eletrónico, tem um custo muito mais baixo e toda a gente deve usufruir desse produto por uma questão ambiental e também por uma questão monetária“.

 

A questão ambiental é, de acordo com Susana Pascoal, um dos critérios a que prestam atenção numa fase de recolha de candidaturas, mas não só. “A nossa preocupação quando analisamos as candidaturas é, por um lado, haver um olhar financeiro sobre alguns indicadores, ver se a empresa é financeiramente saudável para deixar um legado. Ou seja, se existe viabilidade financeira a longo prazo. Depois, perceber qual o impacto que a empresa tem ao nível da comunidade onde se insere, do propósito que pretende alcançar, perceber se a preocupação com a sustentabilidade existe“, referiu.

Ainda sobre a viabilidade financeira, a diretora de Marketing da VICTORIA Seguros acrescentou, ainda, que a internacionalização é um fator que pode ajudar a que este critério seja atingindo pela questão de “escalabilidade” que traz para as PME. E, nesse sentido, Ema Dias deu o exemplo da sua própria empresa, que já se encontra num processo de internacionalização há dois anos, mas com uma perspetiva de afirmação “mais notória” para este ano.

“Aliás, a internacionalização vai ser uma das nossas candidaturas na Yunit. Criamos uma marca própria, que está associada a todo o branding dos equipamentos que vendemos. Foi também contratado um export manager que já tem bastante experiência em informática, tem um mindset muito parecido com o nosso, e penso que está a fazer um bom trabalho. Já se sabe que ao entrar nestes territórios, os clientes vão ser mais, vão ser diferentes e vão trazer novas ideias, e nós vamos ter de as aproveitar para tornar o nosso produto mais eficiente e mais eficaz“, acrescentou.

Esta força de se aventurar por territórios desconhecidos é, para Bernardo Maciel, uma característica comum entre os empresários de PME em Portugal: “Há quase aqui um aventureirismo do período das descobertas que um empresário de uma PME tem em Portugal. É tudo muito mais frágil. Nós vimos de 15 anos de um constante de altos e baixos na economia portuguesa e mundial. Isto para uma PME que não tem capacidade de ter, na sua estrutura diretiva, um especialista para cada uma destas áreas, torna o seu empresário um herói pela sua resistência“.

“A irreverência toca muito isto. Em setores tradicionais, a irreverência de procurar trazer modernidade, continuando a cumprir aquilo que são as vantagens competitivas que temos em Portugal, está patente nestas histórias. É ter este momento de loucura, que é quando toda a gente diz para ir para casa e a pessoa decide ir para a rua”, continuou.

Na perspetiva de Susana Pascoal é precisamente essa irreverência que “diferencia um gestor de um empreendedor”. “É precisamente o momento em que toda a gente nos diz que não vai dar certo e nós dizemos “não, eu vou na mesma”. E eu acho que isto está muito presente nestas histórias, que só quando são contadas na primeira pessoa é que o acreditar nele próprio e naquilo que vai fazer é superior a qualquer probabilidade e é bom quando este instinto bate as probabilidades“, disse.

Contudo, apesar desta força de vontade por parte dos empresários, a responsável da VICTORIA Seguros assegurou que é importante que se perceba que estas irreverências não estão apenas nos grandes centros do país, mas sim por todo o território nacional. “O país não é só Lisboa e Porto, de todo. Nós encontramos inovação com elevadíssima sofisticação, com grande nível de sucesso, e com uma visibilidade, muitas vezes, maior no exterior do que cá dentro. Creio que esse é um dos propósitos dos heróis PME, mostrar que eles são heróis, antes de mais, cá dentro“, concluiu.

 

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