Pedro Santana Lopes admite voltar ao PSD
Numa arruada da Aliança Democrática (AD), o presidente da Câmara da Foz enalteceu a forma como Luís Montenegro tem conseguido afirmar-se na liderança dos sociais-democratas.
Pedro Santana Lopes admitiu, este domingo, regressar ao PSD, seis anos depois de ter saído o partido para fundar o Aliança. Numa arruada da Aliança Democrática (AD), o presidente da Câmara da Foz enalteceu a forma como Luís Montenegro tem conseguido afirmar-se na liderança dos sociais-democratas. Admitindo que não foi fácil a Luís Montenegro, internamente, e por causa da antecipação imprevista de eleições legislativas, Pedro Santana Lopes considerou que o que tem mais ressaltado da campanha da Aliança Democrática (AD) é a forma como se tem conseguido “afirmar na liderança”.
Pedro Santana Lopes, que liderou o PSD entre 2004 e 2005, admitiu voltar ao partido dentro de ano e meio. “A maior parte dos juristas diz que não se pode filiar durante um mandato. Falta um ano e meio. Vamos ver… se tudo correr bem”, declarou, aos jornalistas, durante uma arruada da Aliança Democrática (AD), na Figueira da Foz, nesta manhã de domingo.
Mas, apesar da sua condição de independente, Santana Lopes quis deixar claro: “O meu coração sabem onde está”.
O presidente do PSD assegurou a um professor e dirigente sindical que, com a Aliança Democrática (AD), tanto o tempo como o mérito contarão para a progressão na carreira, e garantiu que “isso é indiscutível”.
Luís Montenegro foi questionado sobre este assunto durante uma ação de campanha de AD na Figueira da Foz, no distrito de Coimbra, depois de na sexta-feira ter defendido que os funcionários públicos “devem ter um sistema de progressão sempre e só influenciado pelo seu desempenho, pelo seu mérito”.
João Rodrigues, professor de educação física e dirigente nacional do sindicato Stop, perguntou-lhe pelas propostas da AD para a escola pública e, tendo em conta as suas palavras na sexta-feira, se pretende mudar a progressão na carreira dos professores: “O tempo deixa de contar e passamos só a ter o mérito como fator?”.
“Não, são as duas componentes. Tem de haver mérito e tem de haver tempo também de serviço. Isso é indiscutível”, declarou o presidente do PSD.
João Rodrigues quis ter a certeza: “Então é seguro que continuamos com o tempo nas progressões de carreira?”.
“Temos os dois fatores. O mérito é essencial, mas é evidente que o tempo também é”, reiterou Luís Montenegro. Antes, interrogado sobre as carreiras dos assistentes operacionais, o presidente do PSD declarou que a AD defende “uma valorização da progressão das carreiras e do estatuto remuneratório de todas as áreas da Administração [Pública]”.
“Temos um plano financeiro que prevê até 2028 termos cerca de 4% de valorização em termos remuneratórios disponível para se dividir em três planos. Primeiro, o aumento dos salários em função da inflação e das negociações anuais com os sindicatos. Segundo, a progressão das carreiras, portanto, termos alguma prioridade em algumas carreiras para evoluir mais rapidamente”, referiu.
“E um terceiro ponto que é a valorização do mérito e os prémios de desempenho que nós queremos incutir na Administração Pública. Isto está tudo no nosso programa eleitoral”, completou.
Nesta conversa, perante a comunicação social, João Rodrigues disse ao presidente do PSD que iria votar hoje, antecipadamente, em mobilidade, para as legislativas de dia 10, e pediu-lhe “garantias de o que é que a AD traz de novo para a escola pública” para ter “um voto consciente”.
“Eu digo: valorização da carreira docente, atração e retenção de professores, valorização das disciplinas nucleares, avaliação no fim de todos os ciclos de ensino, do português, da matemática, de uma terceira disciplina rotativa”, respondeu Luís Montenegro.
A AD quer “recuperar as aprendizagens” e tem “depois um projeto ainda mais ambicioso, mas mais demorado para implementar e para surtir efeito: o acesso gratuito e universal dos zero aos seis anos, creches e pré-escolar”, acrescentou.
Quando o diálogo terminou, os dois despediram-se cordialmente e o professor e dirigente sindical declarou-se “minimamente esclarecido”.
“Pelo menos foi assegurado que a questão do tempo continua na progressão dos professores – uma vez que na Administração Pública o que foi dito foi que será cada vez mais o mérito a ser contabilizado para a progressão”, realçou.
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