Deloitte avança com plano de reestruturação a nível global para cortar custos

O plano de reestruturação da Deloitte será implementado em todos os mercados onde está a consultora, incluindo Portugal. Objetivo é reduzir a complexidade e, assim, cortar custos.

A Deloitte vai avançar com o maior programa de reestruturação a nível global numa década, com a consultora a procurar cortar custos e reduzir a complexidade da organização face ao abrandamento esperado do mercado.

O plano de reestruturação prevê uma redução das unidades de negócios da Deloitte de cinco para quatro – auditoria e garantia; estratégia, risco e transações; tecnologia e transformação; e fiscal e jurídica. De acordo com uma fonte próximo do processo, citada pelo Financial Times, a reorganização reduzirá os custos em toda a empresa, mas não há ainda uma estimativa para o valor do corte de custos.

O CEO global da Deloitte, Joe Ucuzoglu, está a liderar este processo, que demorará um ano e implementar nos 150 países em que a consultora opera, incluindo Portugal. Num email enviado aos partners esta segunda-feira, Ucuzoglu explicou que o plano pretende reduzir a “complexidade” e libertá-los para trabalhar com os clientes, em vez de estar a gerir a equipa internamente.

A Deloitte emprega 455 mil pessoas em todo o mundo e fechou o último ano com um aumento das receitas de 15% para 65 mil milhões de dólares, cimentando a sua posição nas chamadas Big Four. No entanto, após anos de rápido crescimento, a Deloitte, EY, PWC e KPMG estão a preparar-se para um período de 12 meses difícil com o abrandamento económico nos principais mercados está a levar as empresas a cortar custos.

Segundo um relatório citado pelo FT, que inclui contributos das Big Four, o mercado de consultoria britânico não deverá registar crescimento este ano, o que não acontece desde 2020.

No âmbito da reestruturação levada a cabo pela empresa, o negócio de consultoria da Deloitte, que aconselha as empresas em tudo, desde a tecnologia até à negociação e também inclui a sua unidade fiscal e jurídica, será reduzido de quatro para três divisões. O seu braço de auditoria e garantia permanecerá como uma unidade independente.

As divisões de consultoria, assessoria financeira e assessoria de risco da Deloitte serão unidas em duas unidades de negócio recém-criadas: estratégia, risco e transações; e tecnologia e transformação.

O primeiro abrigará os serviços de consultoria em fusões e aquisições da Deloitte, que tem enfrentado dificuldades devido ao reduzido número de negócios. A unidade de tecnologia e transformação irá incluir os serviços de “transformação digital”, incluindo engenharia, inteligência artificial, dados e cibernética, de acordo com o email enviado pela Deloitte aos seus parceiros, ao qual o FT teve acesso.

Já a área fiscal e jurídica continuará a ser um negócio independente dentro da nova estrutura, à medida que a Deloitte tenta extrair benefícios da decisão de manter unidas as suas empresas de auditoria e consultoria.

O ECO questionou a Deloitte Portugal sobre o potencial impacto na atividade em Portugal, continuando a aguardar, até ao momento, uma resposta por parte da consultora.

 

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