BRANDS' TRABALHO HR & IA: os novos aliados

  • BRANDS' TRABALHO
  • 25 Março 2024

A expectativa em torno da interação entre os RH e a IA é enorme, sendo que 84% das empresas esperam vir a implementar algum tipo de IA Generativa nos próximos 12 meses.

Independentemente das ferramentas que as equipas tenham ao seu dispor, são as pessoas que, em última instância, constroem e experienciam as mudanças nas formas de trabalhar, criando a cada dia o “novo normal” do mundo do trabalho. A oportunidade de alcançar um crescimento sustentável do negócio é tão maior quanto a mestria de implementar um mindset capaz de conjugar o foco nas pessoas com a integração de novas tecnologias.

Todos os negócios vão experienciando disrupções nas formas de trabalhar e a Inteligência Artificial (IA) será a base de uma nova era. Ou melhor, já está a ser. De acordo com o EY 2023 Work Reimagined Survey, 84% das empresas esperam vir a implementar algum tipo de IA Generativa nos próximos 12 meses.

Existem cada vez mais empresas preocupadas em compreender qual o seu nível de maturidade digital e, mais recentemente, qual a sua maturidade em IA. “Qual o estado atual da empresa? Está ainda a inteirar-se do que é a IA e o que esta faz, ou terá já um use case roadmap que mostra o seu ROI (return on investment), deixando muito claro o valor que irá trazer à organização?”

O nível de maturidade vai oscilando, mas há um ponto transversal a todos estes assessments. As organizações que se questionam sobre este tema sabem que o caminho tem de passar pelo uso de IA, que esta é estratégica e que só a integração desta tecnologia na nova forma de trabalhar irá conduzir à prosperidade dos seus negócios.

Cultura Organizacional favorável à IA

Se a cultura de uma organização é definida pela interação dos colaboradores uns com os outros, é certo que existem contextos mais permeáveis à IA que outros. A curiosidade e, de modo particular, a curiosidade digital, desempenha um papel crucial nesta permeabilidade. É a partir da capacidade de se deixar questionar e da abertura à ideação e experimentação que é possível descobrir novos caminhos.

A existência de embaixadores ou de pioneiros digitais na organização é também benéfica. Capitalizar as competências dos perfis curiosos e dos early adopters para a identificação de use cases e partilha de novas soluções entre pares traz resultados muito significativos.

Existirem processos bem definidos e estruturados, ainda que muitas vezes seja desvalorizado, é também essencial para alcançar as mais-valias que a IA pode oferecer às organizações. Ter um processo digitalizado ou automatizado, mas ineficiente ou ineficaz não fará dele um bom processo.

Catarina Ciríaco, Manager EY, People Consulting

Use Cases na Gestão de Talento

Os estudos mais recentes apontam as seguintes áreas da gestão de talento como sendo aquelas que no futuro mais irão experienciar a crescente utilização de IA. Estas serão também as áreas mais impactadas na experiência do colaborador:

  • Recrutamento & Seleção: apoio na publicação de anúncios, pesquisa e seleção de candidatos mais eficiente, automatização de convocatórias e de tarefas relacionadas com o registo das avaliações.
  • Onboarding & Offboarding: agilização na verificação de documentos, criação de users, concessão de acessos, gestão de temas administrativos e até a utilização de chatbots para apoiar no esclarecimento de questões a novos colaboradores.
  • Formação & Desenvolvimento: curadoria e seleção de conteúdos formativos mais adequados ao career path, interesses e motivações dos colaboradores, identificação do gap de competências entre o perfil do colaborador e as competências necessárias para função/projeto, bem como automação de convocatórias, registo de horas e avaliação da formação.
  • Processamento Salarial e Gestão de Benefícios: automatização de tarefas repetitivas, introdução de mecanismos de verificação e controlo de dados.
  • Mobilidade Interna: na gestão de carreiras e promoções facilita a identificação de talentos na organização, bem como o match entre vagas e colaboradores, minimizando o investimento em recrutamento externo e formação de novos colaboradores.

As sinergias entre as áreas de RH e a IA são inúmeras. Tarefas repetitivas e de baixa complexidade apresentam maior potencial de automatização. Já as atividades que envolvem resolução de problemas tenderão a verificar menor automatização, mas potencialmente mais céleres.

Esta evolução irá permitir às equipas de RH ganhos de eficiência, mais disponibilidade para tarefas de maior valor acrescentado e ainda elevar a função dos RH a outro patamar. Certo é que acrescentar valor de forma sustentável não virá da tecnologia em si, mas do que as pessoas conseguem alcançar através da sua utilização.

Catarina Ciríaco, Manager EY, People Consulting

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