Mercados “abanam” com tensões no Médio Oriente. Ações europeias derrapam 1,5%

O índice pan-europeu STOXX 600 está a cair 1,5% como resultado de receios sobre o escalar as tensões entre Israel e Irão. É a maior queda diária do índice desde julho do ano passado.

Num contexto onde o Médio Oriente emerge mais uma vez como epicentro de tensões geopolíticas, os mercados financeiros revelam uma reação mista, onde a prudência se traduz em volatilidade.

Os recentes desenvolvimentos entre Israel e Irão, com o ataque direto de Teerão no sábado a Israel — o primeiro desta natureza — têm lançado sombras sobre as expectativas de estabilidade perante o ambiente da economia global.

“Todos (os outros factores) foram agora colocados em segundo plano, e o foco agora está na escalada do risco proveniente deste conflito no Médio Oriente”, referiu Daniela Hathorn, analista de mercado sénior da Capital.com citada pela Reuters.

Desde o início dos conflitos mais diretos entre os dois países, o índice pan-europeu STOXX 600 contabiliza uma queda de 1,2%, com destaque para esta segunda-feira, com o índice a corrigir 1,5%. É preciso recuar até julho do ano passado para encontrar um dia com perdas maiores.

Este movimento do índice composto pelas 600 maiores empresas da Europa reflete-se de igual modo nos principais índices do Velho Continente, com o alemão DAX, o francês CAC40 e o espanhol IBEX a registarem perdas de 1,5%, 1,4% e 1,3%, respetivamente. O português PSI, apesar de ter estado a negociar em terreno negativo durante a manhã, permanece atualmente na linha de água, contabilizando uma ligeira subida de 0,06%.

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​Também a ceder face às tensões geopolíticas segue o barril de petróleo, que se mostra sempre sensível a quaisquer perturbações na região produtora por excelência do ouro negro.

Após um pico significativo na sexta-feira, motivado pelo temor de uma resposta de Israel que pudesse escalar o conflito, os preços do Brent voltam a corrigir esta sexta-feira, contabilizando até ao momento uma queda de 0,3% para os 89,85 dólares.

Este movimento reflete tanto uma avaliação menos alarmista do impacto imediato do conflito como as respostas de política monetária nos EUA, que continuam a pressionar as expectativas da procura mundial de petróleo.

​A puxar pela volatilidade dos mercados na sessão desta terça-feira está também a posição da agência de notação de rating Standard & Poor’s (S&P), que reconheceu o aumento do risco geopolítico como um fator crítico na avaliação das condições de crédito globais.

Embora não altere drasticamente as projeções macroeconómicas de base, a S&P sublinha que “os desdobramentos futuros, particularmente a natureza e magnitude da resposta israelita, serão decisivos”, lê-se num comunicado publicado pela agência esta manhã.

A S&P mantém uma vigilância apertada sobre os canais de transmissão que poderiam afetar as condições de crédito, como os preços de energia, as disrupções na cadeia de suprimentos e a volatilidade dos mercados financeiros, que poderiam agravar-se caso o conflito atinja um ponto crítico​.

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