“Se houvesse processo político de destituição do Presidente eu lançá-lo-ia”, diz Ventura

Chega vai analisar na próxima semana, com juristas, uma eventual responsabilidade criminal de Marcelo Rebelo de Sousa a propósito de reparações a antigas colónias. Ventura ainda tem "dúvidas".

O presidente do Chega confirmou este domingo que o partido vai analisar na próxima semana, com juristas e constitucionalistas, uma eventual responsabilidade criminal de Marcelo Rebelo de Sousa a propósito de reparações a antigas colónias. André Ventura ainda “tem dúvidas” legais, mas não políticas. “Se houvesse processo político de destituição eu lançá-lo-ia, porque acho que ele não merece ser presidente”, disse em declarações a partir da sede do partido.

Politicamente não tenho dúvidas que é traição à pátria. Juridicamente quero ver, quero analisar“, afirmou o líder do Chega, assinalando que o partido “tem neste momento o poder de sozinho levantar a iniciativa criminal ao Presidente da República”. A Constituição exige, no artigo 130.º, uma maioria de um quinto para ser apresentada a proposta, mas a deliberação tem de ser aprovada por maioria de dois terços dos deputados em efetividade de funções.

“Em período eleitoral e fora de período eleitoral os partidos são livres de tomar as suas iniciativas. É a vida. Faz parte da democracia. Cada um tem a iniciativa que entende que é a melhor naquele momento, seja eleitoral — aproveitando o momento eleitoral —, seja não eleitoral. E não se pode travar isso”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa ao início da tarde, durante uma visita da Ovibeja, em declarações transmitidas pela CNN Portugal.

Temos absoluta noção do caráter inédito desta ação em Portugal e temos também noção da sua gravidade. Mas também temos noção da gravidade do que disse o Presidente da República, responsabilizando-nos a todos pela nossa história”, disse também André Ventura. “Levar outros países como São Tomé e o Brasil a pedirem reparação histórica, indemnizações ou a devolução de material histórico. Isso é de uma enorme gravidade”, acrescentou.

“Em qualquer caso, isto é uma ação que merece ser bem ponderada, com conta peso e medida, dado o envolvimento quer do presidente, quer do impacto constitucional que tem“, disse André Ventura.

O líder do partido afirmou que o Chega “reunirá esta semana com o grupo parlamentar, ouvindo alguns juristas e constitucionalistas, para perceber se o Presidente terá incorrido em algum crime”. “Eu tenho dúvidas, até como jurista, mas também não tenho a certeza que o Presidente não tenha cometido nenhum ilícito“, referiu.

“Nós temos vários crimes de catálogo ou ilícitos. São os chamados crimes de responsabilidade que podem implicar o Presidente e os políticos. Pode ser atentado contra o Estado de direito, pode ser atentado contra a Constituição, pode ser traição à pátria. Há dúvidas sobre a tipicidade penal“, reconheceu.

Na mesma intervenção deste a sede do partido, André Ventura afirmou que “a violência e o ódio não podem ter lugar na sociedade portuguesa”, mas que “a imigração em Portugal está descontrolada” e que “há um problema sério de segurança na Baixa do Porto denunciado por lojistas e comerciantes”. O Chega vai chamar ao Parlamento a ministra da Administração Interna, anunciou.

(notícia atualizada às 17h05)

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