“Parece que o Governo quer eleições”, diz Pedro Nuno Santos
Secretário-Geral do PS afirma que o partido não está no Parlamento "para assistir" e "tem iniciativa".
O Governo “parece que quer eleições”, afirmou Pedro Nuno Santos, em entrevista ao Jornal da Noite à SIC, esta segunda-feira. O Secretário-Geral do PS avisa que o partido não está na Assembleia da República (AR) para “assistir” e que “tem iniciativa”.
No balanço de um mês do executivo de Luís Montenegro, o líder socialista vê “um Governo de combate, contra o Governo anterior, contra o que foi feito e contra as oposições”. E exatamente por essa estratégia de combate, Pedro Nuno diz que “parece que quem quer eleições é o Governo”.
Confrontado com a ‘coligação negativa’ no diploma das portagens nas ex-SCUT – em que a proposta do PS foi aprovada com os votos do Chega e da esquerda –, Pedro Nuno diz que o partido “não aprova medidas com o Chega” e que é preciso “pedagogia” sobre como funciona a vida parlamentar. “Não se pode pedir ao PS que se anule”, diz, antes de acrescentar que o partido não está no Parlamento só a “assistir”.
O também deputado socialista recordou um projeto-lei do PSD de 2020 sobre portagens, que foi aprovado com voto contra do PS. “A situação é igual”, até no valor, uma vez que a despesa nesse diploma era de “150 milhões de euros”. Neste tema, Pedro Nuno Santos fez ainda questão de lembrar que houve “mudança de liderança” no partido e que “o PS não está impedido de evoluir”.
Pedro Nuno Santos reitera que o PS não é “uma força de bloqueio” e que, aliás, partiu dos socialistas a solução para a eleição do Presidente da Assembleia da República. “Queremos cooperar, mas temos iniciativas para apresentar e não devemos ser demonizados”, diz. Assim, o PS está disponível para viabilizar os acordos que sejam obtidos entre governo e organizações sindicais, incluindo o caso dos professores.
Sobre os casos judiciais, que precipitaram a queda do anterior executivo de António Costa, Pedro Nuno defende que “a justiça também deve ser passível de ser escrutinada”. Tal como “a atuação do Ministério Público” e, por isso, Lucília Gago, a Procuradora-Geral da República, deve ter a sua “atividade escrutinada pelo parlamento”.
Quanto às agressões a imigrantes na cidade do Porto na semana passada, Pedro Nuno Santos referiu que o discurso de ódio gera desconfiança e violência. “A extrema-direita tem um discurso de ódio”, refere. “O Chega também tem (esse discurso)”, acrescenta. No âmbito da imigração, o secretário-geral do PS alerta ainda que “é preciso dar resposta”.
Na entrevista teceu críticas ao partido de André Ventura por considerar que tem “um discurso fácil” no tema da imigração. Pedro Nuno Santos considera ser um trabalho difícil e que “há muito trabalho a fazer” em Portugal para combater a imigração ilegal e para ter capacidade para receber imigrantes ao mesmo tempo que se cuida de quem já está.
O líder socialista acabou a distanciar-se do partido liderado por André Ventura, afirmando que o PS está “nos antípodas” do Chega e que “em matéria económica e social o PSD está muito mais próximo do Chega do que do PS”. “O PS não tem nenhuma proximidade ideológica com o Chega”, remata.
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