Um quarto dos CEO em Portugal duvida da viabilidade dos seus negócios a mais de 10 anos

80 empresários e gestores portugueses mostram-se mais otimistas para os seus negócios. Ainda assim, cerca de 25% duvida que o seu negócio sobreviva além de uma década, mostra o CEO Survey 2024 da PwC.

Os CEO portugueses estão mais otimistas para o negócio das suas empresas e para a evolução das receitas nos próximos três anos, conclui o último CEO Survey realizado pela PwC e que contou com o contributo de 80 líderes e empresários portugueses. Ainda assim, e apesar de estarem mais otimistas que os empresários a nível global, cerca de um quarto dos CEO duvida da viabilidade dos seus negócios após os próximos 10 anos. Este é o mote para o encontro promovido pela PwC em parceria com o ECO, que decorre esta sexta-feira em Lisboa e contará com a presença de Pedro Reis, ministro da Economia, e os gestores Isabel Vaz, José Theutónio e Pedro Leitão.

“Os CEO portugueses estão bastante confiantes quanto à sustentabilidade dos seus negócios, com 73% a indicarem que acreditam que estes permaneçam viáveis por um período superior a 10 anos – uma percentagem significativamente superior ao global (53%)”, aponta o relatório que será apresentado esta sexta-feira, no Palácio Sottomayor, em Lisboa, e que conta com a presença do ministro da Economia Pedro Reis, Isabel Vaz, CEO do Grupo Luz Saúde, José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, e Pedro Leitão, CEO do Banco Montepio.

O inquérito mostra ainda que “apenas 25% dos inquiridos em Portugal não estão confiantes quanto ao futuro dos seus negócios, acreditando que estes apenas serão viáveis no decorrer dos próximos 10 anos“.

Num mundo em mudança, o relatório aborda a necessidade dos negócios se reinventarem para responderem a desafios como a sustentabilidade e a disrupção tecnológica, na forma da GenIA, de modo a garantirem que permanecem viáveis a longo prazo.

“A disrupção tecnológica, as alterações climáticas e outras megatendências globais em aceleração continuam a obrigar os CEO a adaptarem-se”, refere o relatório, realçando que “a maioria dos inquiridos pelo 27.º Global CEO Survey da PwC relatam ter tomado medidas para mudar a forma como captaram e criaram valor nos últimos cinco anos”.

Numa análise ao que poderá ser o futuro das suas empresas, os líderes em Portugal verifica-se uma “ligeira redução da preocupação quanto à viabilidade dos negócios, sendo que apenas 25% consideram que se o mantiverem inalterado este poderá não sobreviver à próxima década”. São os líderes que estão focados na sobrevivência das suas empresas que tendem a apresentar uma maior propensão para tomar medidas que permitam uma reinvenção dos seus modelos de negócio.

“Esta postura poderá explicar a confiança na continuidade, uma vez que se durante os próximos anos as empresas adaptarem de forma sólida os seus negócios, manter-se-ão competitivas por mais tempo”, explica o mesmo documento.

Mais previsões de receitas nos próximos três anos

Depois de um ano marcado pela subida das taxas de juro, inflação elevada, instabilidade geopolítica e contração da economia, grande parte dos CEO acredita que as receitas dos seus negócios irão aumentar tanto em 2024, como nos próximos 3 anos, conclui o relatório.

De acordo com o inquérito, 40% dos líderes vê as suas receitas a aumentar nos próximos 12 meses, enquanto 37% estima uma estabilização e outros 37% uma queda do volume de faturação. Já a três anos, 46% dos CEO aponta para uma melhoria das receitas, mais de metade (51%) uma estabilização, enquanto os restantes 49% preveem uma quebra.

Os próximos anos serão marcados pela adaptação das empresas a várias novas tendências, o que vai exigir dos líderes uma reinvenção tanto dos modelos de negócios como dos modelos operacionais. “A mudança de mentalidade e os desafios de gestão envolvidos são enormes. Para vencer, os líderes devem considerar uma gama mais ampla de iniciativas – e aplicá-las em combinação (por exemplo, investir em parcerias de serviços para fechar lacunas de capacidade no modelo operacional e acompanhar os avanços tecnológicos, o que, por sua vez, permite que a empresa se concentre no que faz de melhor)“, refere o CEO Survey.

“A boa notícia é que a recompensa por acertar também é enorme: as empresas vencedoras apresentam um desempenho, medido como o efeito combinado da margem de lucro e do crescimento da receita, ajustado pelo setor, 13 vezes superior ao dos seus pares”, conclui.

O relatório aponta ainda que “outra evidência da crescente necessidade de reinvenção é a pressão que os CEO esperam que seja exercida pelos vários fatores que influenciam a mudança dos modelos de negócio”, acrescentando que “nos últimos 5 anos as alterações tecnológicas foram as que tiveram maior impacto na capacidade de atração e criação de valor das empresas, tanto em Portugal como a nível mundial“.

“Quando olham para o médio prazo, os líderes mantêm esta opinião, e acreditam que a tecnologia continuará a ser fundamental para a sua competitividade. As alterações climáticas mantiveram a sua posição em terceiro lugar, apesar de terem um ligeiro acréscimo do número de CEO a considerá-lo relevante para o valor entregue pela empresa (de 40% para 48%).

Já as questões regulatórias, que nos últimos cinco anos desempenharam um papel crítico no impulsionamento de mudanças, agora são ultrapassadas pelas preferências dos clientes. “Para os próximos três, os CEO portugueses acreditam que existirá uma maior pressão das alterações nas preferências dos clientes”, remata o relatório.

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