BRANDS' ECO O poder dos intermediários de crédito na promoção da literacia financeira
Como é que os intermediários de crédito podem melhorar a literacia financeira? A Simplefy está a organizar uma conferência para responder a isso. Em entrevista ao ECO, o CEO da empresa, dá detalhes.
A literacia financeira é cada vez mais reconhecida como um componente essencial para a prosperidade individual e coletiva. Num mundo onde as decisões financeiras se tornaram mais complexas e frequentes, compreender conceitos básicos como orçamento, poupança, investimento e gestão de dívidas é fundamental para garantir uma saúde financeira sólida.
Neste contexto, os intermediários de crédito emergem como figuras-chave, já que podem oferecer orientação e apoio sobre as opções de crédito disponíveis, mas também informar sobre métodos de poupança, por exemplo. Ao educar e aconselhar os seus clientes, estes profissionais não só facilitam o acesso ao crédito de forma responsável, como também contribuem para uma maior literacia financeira na sociedade, promovendo decisões informadas e sustentáveis.
Foi com este objetivo que a Simplefy surgiu, uma empresa especializada em intermediação de crédito e na orientação financeira, que celebra o seu primeiro ano de atividade com um balanço muito positivo. Até ao final de abril do presente ano, alcançou 160 parceiros, o que representa uma média de 27 novas associações por mês, mas espera, até ao final de 2024, chegar aos 250 parceiros de Intermediação de Crédito, tornando-os Personal Bankers e Financial Partners da Simplefy.
Atualmente, a Simplefy conta com 12 instituições financeiras, que permitem oferecer as melhores propostas de crédito aos seus parceiros de intermediação. Para aderir à rede, estes parceiros não necessitam de abrir uma loja física nem suportar custos de entrada. A Simplefy pretende dar destaque à marca que o parceiro de Intermediação de Crédito possa já ter criado, através de uma estratégia conjunta marca original by Simplefy. Além disso, os parceiros passam a ter acesso ao Customer Relationship Management (CRM) mais avançado do setor, a apoio especializado, institucional e comercial, bem como a protocolos bancários com comissionamentos mais atrativos.
A empresa é liderada por Rui Lopes, que conta com mais de 20 anos de experiência no setor financeiro, e que, em entrevista ao ECO, partilhou o seu ponto de vista sobre os motivos que justificam a falta de literacia financeira em Portugal, bem como as soluções que podem ajudar a tirar o país desta situação.
Portugal ocupa a segunda pior classificação da União Europeia (UE) em matéria de literacia financeira. O que leva o país a estar nesta situação?Portugal ocupa uma posição desfavorável no ranking de literacia financeira da União Europeia por várias razões. A educação financeira não é tradicionalmente incluída nos currículos escolares, o que significa que muitos portugueses, começando pelos jovens, não recebem educação formal nesta área. Além disso, os produtos financeiros podem ser complexos e difíceis de entender sem o devido conhecimento. A cultura financeira também não é um assunto comum de discussão em muitas famílias portuguesas.
Quais são as principais dúvidas de um jovem que quer aceder a um crédito?Quando um jovem procura um crédito, pode ter várias dúvidas, desde a compreensão das taxas de juro, os prazos de pagamento, as condições do contrato e a diferença entre os vários tipos de crédito disponíveis. Por exemplo, um jovem pode não saber como comparar propostas de diferentes bancos, pode não ter uma clara noção de como as taxas de juro podem variar ao longo do tempo, ou como os vários tipos de taxa afetam as prestações. Além disso, a contratação de um crédito implica custos adicionais, como os seguros, impostos e comissões. Muitos jovens podem não estar cientes destes custos adicionais e podem não saber como incluí-los no cálculo do custo total do empréstimo. É aqui que um intermediário de crédito pode ser extremamente útil.
De que forma os intermediários de crédito podem promover a literacia financeira dos jovens?Os intermediários de crédito têm um papel importante na promoção da literacia financeira dos jovens, quer por fornecerem orientação personalizada, quer por contribuírem diretamente na educação financeira dos jovens. Os intermediários de crédito, como a Simplefy, podem fazê-lo de várias maneiras, além da intervenção direta. A Simplefy tem desenvolvido ferramentas educativas online, que incluem simuladores de crédito, calculadoras financeiras e glossários de termos financeiros, entre outros. Estamos a preparar conteúdo educativo, como artigos de blog, vídeos e cursos que abordem diferentes aspetos da literacia financeira. Estas são apenas algumas das maneiras pelas quais um intermediário de crédito como a Simplefy pode contribuir para a educação financeira dos jovens.
Com grande frequência, os jovens têm muito mais dificuldade de acesso a créditos e não se sentem muito esclarecidos. Serão também necessárias formações, ou até uma consciencialização diferente, para os intermediários de crédito realmente conseguirem ser mais esclarecedores?Sim, é verdade que os jovens muitas vezes enfrentam barreiras ao acesso ao crédito e podem sentir-se confusos com o processo. Não é sem razão que o atual governo, e todos os players políticos em geral, nas medidas que promovem na área da habitação, tenham medidas muito específicas dirigidas aos mais jovens. Nesse sentido, concordo que a formação e a consciencialização são fundamentais para ajudar os intermediários de crédito a ser mais esclarecedores ou estar preparados para que o serviço ao cliente mais jovem seja diferenciado. No contexto atual, de constante mudança, o intermediário de crédito deve manter-se atualizado e bem informado para estar mais bem preparado para servir o público jovem.
É, inclusivamente, por esta necessidade de consciencialização que a Simplefy está a promover uma Conferência & Get Together com o tema “O poder dos Intermediários de Crédito na Literacia Financeira dos Jovens”, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, no próximo dia 2 de julho. Nesta Conferência & Get Together, juntaremos Intermediários de Crédito, jovens e especialistas do setor para debater a importância destes profissionais no combate à iliteracia financeira de um segmento mais jovem, num contexto nacional preocupante, em que Portugal ocupa a segunda pior classificação da UE em matéria de literacia financeira. Este evento visa também identificar os desafios e analisar soluções de crédito para o público jovem, bem como explorar de que forma a transformação digital pode ser utilizada na promoção da literacia financeira.
A literacia financeira é muito importante, mesmo quando não há interesse em fazer qualquer tipo de crédito. Mesmo nestas condições, os intermediários de crédito poderão ser uma ajuda?Sim, sem dúvida. A literacia financeira é essencial, independentemente de se estar ou não interessado em obter crédito. Apesar dos intermediários de crédito terem a sua área de atuação bem delimitada pela legislação, não tenho dúvida que a educação financeira proativa é essencial. A este respeito, o intermediário de crédito pode fornecer informações e recursos educativos sobre gestão financeira e planeamento financeiro, independentemente de os clientes estarem ou não interessados em obter crédito. Isto pode incluir a criação de conteúdo educativo, a realização de workshops e seminários, e a disponibilização de ferramentas online para ajudar as pessoas a entender melhor as finanças pessoais. É possível trabalhar com escolas, universidades e outras organizações na comunidade para promover a literacia financeira. Na Simplefy, acreditamos que a literacia financeira é uma habilidade essencial para todos, independentemente das suas necessidades ou interesses financeiros.
Como encara o futuro da literacia financeira em Portugal?Encaro de uma forma positiva. O tema literacia financeira está na moda, mas é importante termos em mente que é algo que deve ser gerido de forma consistente ao longo do tempo. Portugal não tem tempo a perder e penso que temos tudo ao nosso alcance para podermos combater a genérica falta de informação e conhecimento financeiro. Este esforço estará mais próximo do sucesso se for integrado e coordenado entre o governo (educação financeira nos currículos escolares), o setor privado (promoção de literacia financeira pelos Bancos e outras Instituições Financeiras) e a comunidade (campanhas de sensibilização através de pessoas influentes). O uso das novas tecnologias é uma excelente oportunidade para colocar em prática a proliferação da literacia financeira.
Conferência: “O Poder dos Intermediários de Crédito na Literacia Financeira dos Jovens”
A pertinência do tema da literacia financeira levou a que a Simplefy organizasse a Conferência & GetTogether, com o mote “O poder dos Intermediários de Crédito na Literacia Financeira dos Jovens”. Foi a 7 de julho de 2017 que foram estabelecidos os requisitos de acesso e de exercício da atividade de intermediação de crédito. Após 7 anos, e um ano depois da criação desta start-up, a Simplefy irá ativar esta data, ao promover esta conferência, que acontecerá dia 2 de julho, às 14h, na Universidade Católica Portuguesa (Auditório Cardeal Medeiros), com profissionais do setor, entre Intermediários de Crédito, entidades bancárias, economistas e especialistas.
O evento, que visa identificar os desafios e analisar soluções de crédito para o público jovem, bem como explorar de que forma a transformação digital pode ser utilizada na promoção da literacia financeira, terá lugar no Auditório Cardeal Medeiros, da Universidade Católica.
A abertura da conferência será realizada por Rui Lopes, CEO da Simplefy e depois haverá espaço para três talks. A primeira, com o tema “Como é que os Intermediários de Crédito podem contribuir para o combate à iliteracia financeira no público jovem?“, contará com a presença de Tiago Vilaça, Presidente da ANICA; Manuel Ferreira, IC Nº1 em Portugal (Crédit Taux Service); João Duque, Economista e Professor; e Vinay Pranjivan, Consultor sénior da DECO Associação.
A segunda talk, dedicada aos desafios e soluções de crédito para o público jovem em Portugal, terá como oradores Sandra Ramos, Diretora de Parcerias, no Novobanco; João Prudêncio, Diretor de desenvolvimento de produtos do Bankinter; e Carlos Vintém, CCO e board member na UCI.
Já a terceira e última talk do evento, que vai abordar a transformação digital enquanto facilitadora dos Intermediários de Crédito para a proliferação da Literacia Financeira, contará com João Mello Franco, Executive Board Member and Chief Commercial Officer; Nuno Espírito Santo, Founder & Managing Partner na Finsolutia; e Miguel Gonçalves, CEO na Magma Studio. No final da terceira talk, haverá um momento com Pedro Santa Clara, Professor Finanças e Fundador da Escola 42.
Os interessados em assistir ao evento deverão inscrever-se aqui.
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