Portugal lidera na diáspora futebolística do Euro 2024

O Euro 2024 é um espelho da globalização do futebol moderno, onde os craques da bola são nómadas e os clubes de futebol centros de poder. A seleção das Quinas é um claro exemplo dessa realidade.

O Campeonato Europeu de Futebol de 2024 que está decorrer na Alemanha até 14 de junho não é apenas um palco de competição entre seleções nacionais dentro das quatro linhas. O Euro 2024 é também um reflexo da globalização da indústria do futebol espelhado numa autêntica “diáspora futebolística”.

Este fenómeno é evidente na composição das equipas, com muitos jogadores a atuarem fora dos seus países de origem e também na influência dos clubes que dominam o torneio com um grande número de jogadores convocados.

Entre as seleções presentes no Euro 2024, a Albânia e a Dinamarca destacam-se por terem todos os seus jogadores a atuar fora dos respetivos países. Este facto sublinha a dependência destas seleções de talentos que se desenvolvem em ligas estrangeiras, uma tendência que se tem acentuado nos últimos anos.

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A Geórgia e a Suíça seguem de perto no plano da exportação dos seus talentos, com 92% dos seus jogadores a jogar no estrangeiro, enquanto a Polónia, a Sérvia, a Eslováquia e a Eslovénia apresentam 89% dos seus plantéis a atuar fora de portas.

Portugal não fica muito atrás, com 77% dos seus craques a jogar no estrangeiro, contando-se apenas 6 jogadores nacionais a jogar na Liga Portugal — Diogo Costa, Pepe e Francisco Conceição (FCPorto), António Silva e João Neves (SL Benfica), Gonçalo Inácio (Sporting CP).

No canto oposto surge a Inglaterra, como sendo a seleção com mais jogadores a atuar na liga doméstica, a Premier League, com apenas 8% dos seus jogadores a jogar no estrangeiro. Itália e Alemanha também mantêm uma forte base de jogadores nas suas ligas nacionais, com 12% e 23, respetivamente, dos seus plantéis a defenderem as cores de clubes fora do sue país natal.

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Clubes que são autênticas seleções

O Euro 2024 não só destaca o talento das seleções nacionais, mas também reflete a influência e a qualidade dos clubes europeus. É disso exemplo o Manchester City e o Inter de Milão, ao terem o estatuto dos clubes que cederam mais jogadores ao Euro 2024, com 13 jogadores cada por sete seleções distintas.

Estes números refletem a qualidade e a profundidade dos plantéis destes clubes, que são capazes de fornecer talentos para várias seleções nacionais. O Barcelona, o Paris Saint-Germain e o Real Madrid seguem de perto nesta competição, com 12 jogadores cada, demonstrando a sua influência no cenário futebolístico europeu.

O Euro 2024 é mais do que uma competição. É uma vitrine da diversidade e da interconexão do futebol moderno. E enquanto os adeptos vibram com cada golo e cada defesa, fica claro que o futebol, tal como o mundo, é cada vez mais um jogo sem fronteiras.

Os clubes portugueses também têm uma presença notável no Euro 2024, com cinco clubes a emprestarem 13 jogadores a sete seleções nacionais. O Benfica é o clube português mais representado, com seis jogadores, incluindo João Neves e António Silva na seleção das Quinas. Segue-se o FC Porto com três atletas, o Sporting com dois, e o Boavista e Famalicão com um jogador cada.

No entanto, no campeonato das ligas de futebol, a Liga Portugal surge apenas na 12.ª posição entre as que mais jogadores oferecem ao Euro 2023, ficando atrás de ligas como a Saudi Pro League, da Arábia Saudita, a Premier Liga, da Ucrânia, e da Süper Lig, da Turquia.

Entre as ligas que mais brilham neste campeonato europeu está a inglesa Premier League com 96 jogadores, a que somam mais 18 atletas do Championship. Significa que, em média, por cada 10 jogadores presentes no Euroe 2024, 2 jogam em Inglaterra. Este número impressionante reflete a qualidade e a competitividade do campeonato inglês, que atrai talentos de todo o mundo.

A Serie A italiana é a segunda liga mais representada no Euro 2024, com 90 jogadores. A liga italiana tem uma longa tradição de excelência tática e defensiva, e continua a ser um destino popular para jogadores de todo o mundo. Clubes como a Juventus, Inter de Milão, AC Milan e Nápoles são conhecidos por atrair e desenvolver talentos internacionais.

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Entre seleções que dependem de talentos exportados e clubes que se transformam em autênticas seleções multinacionais, este torneio é um verdadeiro mosaico de culturas e estilos de jogo.

Enquanto a Albânia e a Dinamarca se destacam pela sua diáspora futebolística, com todos os seus jogadores a atuar fora de portas, a Inglaterra mantém-se firme com a maioria dos seus craques a jogar na Premier League. E se o Manchester City e o Inter de Milão parecem ter decidido transformar o Euro numa extensão dos seus treinos, clubes como o Sporting, Benfica e Porto mostram que o talento português continua a brilhar nos maiores palcos do futebol europeu.

No final, o Euro 2024 é mais do que uma competição. É uma vitrine da diversidade e da interconexão do futebol moderno. E enquanto os adeptos vibram com cada golo e cada defesa, fica claro que o futebol, tal como o mundo, é cada vez mais um jogo sem fronteiras. Que vença o melhor, ou pelo menos, que todos se divirtam a tentar!

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