BRANDS' ECO Investimento americano em Portugal bateu recorde em 2023

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  • 4 Julho 2024

Foram mais de 10,3 mil milhões de euros investidos em território luso, um recorde face aos últimos cinco anos. Um valor que demonstra o reforço das relações económicas entre os dois países.

Celebrar a amizade e abraçar a liberdade foi o tema da 9ª edição da Gala e entrega dos AmCham Tributes, que anualmente têm o objetivo de reconhecer e premiar as empresas, instituições e personalidades que mais se distinguiram pela sua contribuição na aproximação e entendimento entre Portugal e os EUA, com impacto no reforço das relações económicas e comerciais entre os dois países.

Este ano, os grandes vencedores foram quatro empresas – Endiprev, Five9, Johnson & Johnson e Unbabel -, que se destacaram pelo seu trabalho em diferentes setores, e pela sua capacidade de inovação e de investimento dos dois lados do Atlântico, dinamizando e estreitando as relações entre Portugal e Estados Unidos.

No setor das energias renováveis, a Endiprev – empresa portuguesa especializada na prestação de serviços para turbinas eólicas onshore e offshore – criou a sua primeira filial no Texas, em 2016, tendo sido selecionada pela GE Renewable Energy, subsidiária da americana General Electric, para prestar serviços de engenharia para o comissionamento do parque eólico localizado a cerca de 30 km da costa de Martha’s Vineyard, no estado de Massachusetts. Com uma capacidade instalada capaz de abastecer 400.000 habitações, este é o primeiro projeto de energia eólica offshore de grande escala nos Estados Unidos, tendo esta empresa portuguesa sido o primeiro fornecedor de serviços de engenharia para o projeto. Este projeto surge na sequência do anterior contrato de comissionamento e manutenção do projeto-piloto do parque eólico de Block Island, também nos EUA.

Especializada em software para centros de contacto na nuvem baseado em inteligência artificial, a Five9 é uma empresa californiana que estabeleceu o seu novo centro europeu de Investigação e Desenvolvimento no Porto em 2023. O escritório português será a sede de engenharia da empresa neste lado do Atlântico.

Outro vencedor desta noite de prémios foi a Johnson & Johnson Innovative Medicine Portugal, empresa de origem americana a operar no setor da saúde que, em 2023, conseguiu trazer para Portugal o Global Medical Safety Hub. Desde 2018, Portugal voltou a ser um país core para a J&J em termos de I&D, aumentando o número de ensaios e recursos humanos dedicados à investigação, com um investimento de cerca de 5M€ em 2023 em ensaios clínicos em Portugal.

Por fim, mas não menos importante, os AmCham Tributes distinguiram este ano a empresa portuguesa Unbabel que assumiu desde a sua fundação um compromisso com a inovação, tendo como meta tornar-se a plataforma de tradução global líder, promovendo a compreensão entre culturas, empresas e clientes, permitindo que todos compreendam e sejam compreendidos em qualquer língua, e pioneira no desenvolvimento de operações linguísticas alimentadas por IA. Para concretizar esta visão, criou um conjunto de projetos e iniciativas de colaboração com entidades nos EUA, fortalecendo as relações económicas e científicas luso-americanas. Esta plataforma portuguesa de tradução, baseada em IA e refinada por humanos, garantiu o seu lugar, pela segunda vez, na lista das 5000 das empresas com maior crescimento na Califórnia.

Relações de prosperidade

A cerimónia de entrega dos AmCham Tributes decorreu no Pestana Palace Hotel, foi organizada pela Câmara de Comércio Americana em Portugal, e presidida pelo Ministro da Presidência, António Leitão Amaro e pela Embaixadora dos EUA em Portugal, Randi Levine. Durante o discurso de boas-vindas, o anfitrião e presidente da AmCham, António Martins da Costa, defendeu a importância do reforço das relações entre Portugal e os EUA especialmente num contexto geoestratégico instável. “Quanto maiores e melhores as relações entre estas duas sociedades, mais oportunidades surgirão para os negócios dos dois países”. O presidente da AmCham recordou os mais de 10 mil milhões de euros em exportações portuguesas para o continente norte-americano, e os cerca de quatro mil milhões de euros importados, a que se junta igualmente o valor recorde de investimento estrangeiro em Portugal que, em 2023, superou os 10,3 mil milhões de euros.

“Somos o investidor número um em Portugal”, revelou Randi Levine, durante o seu discurso de boas vindas. A embaixadora dos EUA em Portugal destacou também o facto de os norte-americanos serem a primeira nacionalidade em número de visitantes aos Açores, congratulando-se igualmente com a abertura do primeiro hotel de uma cadeia americana nos Açores, que aconteceu esta semana. “Temos várias parcerias a criar emprego dos dois lados”, salientou.

Além das quatro empresas vencedoras, foram ainda atribuídos dois prémios Personalidade que distinguiram Isabel Capeloa Gil, reitora da Católica Lisbon, e Garrett McNamara, o surfista que colocou as ondas gigantes da Nazaré nas primeiras páginas dos media mundiais. Em declarações no palco, McNamara lembrou o impacto do surf na economia portuguesa que ronda atualmente os 400 milhões de euros anuais. “Um valor muito diferente do que existia em 2010 quando aqui cheguei”. Já Isabel Capeloa Gil quis apenas deixar algumas palavras que, na sua perspetiva, ilustram o que Portugal precisa de fazer para crescer: “Temos que fazer o trabalho, falar menos e sorrir mais”. Recorde-se que este prémio distingue personalidades que ao longo da sua carreira tenham contribuído significativamente para a aproximação entre os dois países, sendo proposto e decidido pela direção da AmCham Portugal.

Os AmCham Tributes destacaram igualmente um dos parceiros da Câmara de Comércio Americana, uma distinção que foi entregue à FLAD – Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, e que foi recebido pela presidente, Rita Faden.

A fechar, António Leitão Amaro destacou uma vez mais a importância do estreitar desta relação transatlântica da qual, diz, “todos devemos ser protetores, construtores e promotores”. No entanto, o Ministro da Presidência acredita que esta construção deverá ser liderada pelas empresas e pela sociedade, “e não pelos governos”.

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