Jornais norte-americanos pedem que Biden desista da candidatura à presidência dos EUA
Vários jornais e revistas norte-americanos questionam capacidade de o presidente norte-americano vencer Trump. NY Times diz que o democrata "já não é mais o homem que era há quatro anos".
Os jornais norte-americanos ‘The New York Times’, ‘The Wall Street Journal’, ‘Financial Times’ e a revista ‘The Economist’ fizeram um apelo para que Biden desista da candidatura à presidência dos EUA. Nos seus editoriais, os jornais questionam a capacidade de o presidente norte-americano vencer Donald Trump. O NYT chega a escrever que o democrata “já não é mais o homem que era há quatro anos”.
As várias publicações expressam uma preocupação de ameaça à democracia num eventual novo mandato de Donald Trump e defendem que Biden não tem capacidade de derrotar o adversário nas eleições de 5 de novembro.
Joe Biden, de 81 anos, tem sido criticado pela sua intervenção no primeiro debate eleitoral com o candidato republicano, o ex-presidente Donald Trump, na noite de quinta-feira, o que fez já alguns membros democratas e a imprensa norte-americana a avaliarem a possibilidade da sua desistência na corrida à Casa Branca. Caso o atual líder dos EUA seja eleito, acabará o seu mandato com 86 anos.
O “The New York Times” afirma que Biden demonstrou ser um candidato “à sombra de um grande servidor público” e de “um presidente admirável que já foi”, acrescentando que “por mais de uma vez, Biden demonstrou dificuldade para chegar ao fim de uma frase” e diz que o presidente dos EUA “já não é o homem que era há quatro anos”, quando derrotou Trump.
A publicação argumenta que é preciso outro candidato democrata capaz de vencer Trump, que representa “um perigo para a democracia dos Estados Unidos”.
“No debate de quinta-feira, o presidente precisava de convencer o público americano de que estava à altura das enormes exigências do cargo que pretende ocupar por mais um mandato. No entanto, não se pode esperar que os eleitores ignorem o que era evidente: Biden não é o homem que era há quatro anos”, diz o editorial.
“Biden defendeu que é o candidato com melhores hipóteses de enfrentar a ameaça de tirania e derrotá-la. O argumento baseia-se em grande parte no facto de ter derrotado Trump em 2020. Mas isso já não é uma razão suficiente para que Biden seja o candidato democrata este ano”, afirma o The New York Times.
O “The Wall Street Journal” e a revista “The Economist” também publicaram editoriais na sexta-feira também defendendo a desistência do democrata. Na capa divulgada nesta tarde, a revista Time mostra uma imagem de Biden com a palavra “pânico”.
O “The Wall Street Journal” afirma que o presidente “claramente não está preparado para mais quatro anos” no poder. E pediu ao Partido Democrata que convença Biden a desistir da candidatura: “Vocês sabem que Trump está a contar com Biden para vencer as eleições, mas o país merece uma escolha melhor”.
“Uma questão inevitável é perceber qual a razão das pessoas mais próximas de Biden permitirem que ele concorresse novamente. Nós e muitos outros alertamos. Foi claramente um ato egoísta da parte de Biden candidatar-se a um segundo mandato. Será que os democratas realmente pensaram que poderiam esconder o declínio do candidato democrata do público durante toda uma campanha eleitoral?”, escreve o jornal.
A publicação afirma também achar que a candidatura de Biden pode ser uma ameaça à democracia por facilitar, segundo o jornal, uma eventual vitória de Trump. “Ditadores ambiciosos agem quando sentem o cheiro de fraqueza”, diz a publicação.
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