Borrell esclarece que Orbán não representou UE na reunião dos Estados Turcos
Esclarecimento de Josep Borrell surge depois de os dirigentes da UE já terem sido obrigados a demarcar-se da reunião que Orbán realizou na sexta-feira, no Kremlin, com o Presidente russo.
O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros esclareceu que o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, não tinha mandato para representar a UE na reunião de sexta-feira e sábado de líderes da Organização dos Estados Turcos (OTS).
O esclarecimento de Josep Borrell surge depois de os dirigentes da UE já terem sido obrigados a demarcar-se da reunião que Orbán realizou na sexta-feira, no Kremlin, com o Presidente russo, Vladimir Putin, dias depois de a Hungria ter assumido, a 01 de julho, a presidência rotativa do Conselho da UE, que exercerá até 31 de dezembro.
Num comunicado emitido a noite passada, Borrell explicou que este papel “não implica qualquer representação da União” em questões de política externa, cuja função cabe ao Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros — o próprio Borrell – e ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
“A Hungria não recebeu qualquer mandato do Conselho da UE para avançar nas relações com a Organização dos Estados Turcos”, acrescentou o dirigente espanhol.
Segundo Borrell, a visita de Orbán à reunião informal dos dirigentes da OTS, realizada em Shusha, no Azerbaijão, insere-se nas “relações bilaterais” entre a Hungria e esta entidade.
A Organização dos Estados Turcos, criada em 2009, inclui o Azerbaijão, o Cazaquistão, o Quirguistão, a Turquia e o Uzbequistão, participando também nos seus trabalhos o Turquemenistão e a Hungria, na qualidade de observadores.
No comunicado, Borrell aproveitou para denunciar as tentativas da OTS de “legitimar como observador” da sua organização a autoproclamada República Turca do Norte de Chipre, uma “entidade secessionista” que ocupa o terço norte da ilha desde 1974 e cuja existência só é reconhecida internacionalmente pela Turquia.
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