Portugal reforça linha de crédito a Angola com 500 milhões de euros
Assegurando que a linha de dois mil milhões de euros disponibilizada "ainda não está esgotada", Luís Montenegro anuncia que este reforço surge como um "sinal de confiança" no país africano.
A linha de crédito de dois mil milhões de euros dada por Portugal a Angola vai ser reforçada com mais 500 milhões, para um total de 2,5 mil milhões de euros. O anúncio foi feito esta terça-feira pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, que salientou que este reforço não significa que o crédito concedido através do Banco de Fomento esteja esgotado, sendo antes “um sinal de confiança no futuro de Angola”.
“A linha de crédito que neste momento ascende a dois mil milhões de euros que o Governo português, através do Banco de Fomento, dá às empresas que fazem investimento, e que será reforçada em mais 500 milhões de euros, não está esgotada”, garantiu Montenegro durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente de Angola, João Lourenço. “Temos alguns processos que estão em fase de apreciação e uma quantia significativa disponível”, acrescentou.
Para o chefe do Executivo Português, este reforço na linha de crédito ajudará as cerca de 1.250 pequenas e médias empresas (PME) portuguesas que produzem “para o mercado interno e externo”, nomeadamente, vizinhos de Angola e destinos de exportações de Luanda.
Além disso, afirmou ainda o primeiro-ministro, este reforço ajudará o Governo de Angola “a fazer investimentos em infraestruturas e outros domínios que possam ajudar o desenvolvimento do país” e que permitam, consequentemente, criar “melhores empregos e melhores condições de bem-estar para os angolanos”.
Este é o segundo reforço da linha de crédito a Angola em dois anos. Recorde-se que, em 2023, este apoio estimado em 1,5 mil milhões de euros foi reforçado pelo Governo de António Costa em mais 500 milhões, para um total de 2 mil milhões. Na altura, em declarações ao ECO, o Ministério das Finanças explicou que a decisão de aumentar esta linha visava apoiar o acesso das PME portuguesas ao mercado angolano, apoiando as exportações.
Nova política de imigração não afeta Angola
Durante a conferência de imprensa, que decorre no âmbito de uma visita oficial de Luís Montenegro a Angola, o primeiro-ministro garantiu que “Portugal mantém intactas todas as condições para haver uma mobilidade fluida entre os cidadãos portugueses que vêm para Angola e os cidadãos angolanos que procuram Portugal”, referindo-se à revogação das manifestações de interesse que foi aprovada pelo Governo e promulgada pelo Presidente da República.
“Quero reafirmar que as recentes alterações na nossa política de imigração não alteraram aquela que é a porta de entrada que estabelecemos com os países da comunidade [CPLP] que fala a língua portuguesa”, sublinhou Luís Montenegro.
No mesmo momento, o primeiro-ministro deu nota de que o Governo vai reforçar “três grandes áreas a capacidade de resposta” para a atribuição de visto e facilitação de mobilidade destes cidadãos, através de uma agilização dos “procedimentos e reforço dos recursos humanos nos postos consulares”; proporcionando um “serviço mais transparente e combatendo o açambarcamento de vagas”. Esta última, afirmou, é um dos obstáculos que tem “impedido cidadãos angolanos de obterem marcação para obtenção de vistos”.
Angola quer mais apoio na formação técnico-profissional
Por outro lado, o Presidente angolano afirmou o interesse em alargar as áreas de cooperação com Portugal, sobretudo direcionadas para a juventude, apontando a formação técnico-profissional como “fundamental” para o desenvolvimento da economia angolana.
O chefe do executivo angolano afirmou que os dois países “têm realizado um vasto leque de relações de cooperação em muitos domínios, mas há espaço para outros”, sobretudo ao nível da juventude em que Angola estabeleceu prioridades “que pretende atender e resolver com o apoio de Portugal”.
Entre estes, apontou a formação técnico profissional em ramos fundamentais para funcionamento da economia angolana, sendo “essencial” que Angola disponha de um elevado número de “quadros jovens” para satisfazer a demanda.
(Notícia atualizada pela última vez às 14h10 com declarações de João Lourenço)
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