#18 As férias de Andrés Ortolá. Pensar de forma criativa e inovadora
Para o diretor-geral da Microsoft Portugal as férias permitem ter uma "perspetiva mais clara e objetiva sobre as decisões estratégicas que impactam tanto a nossa carreira como a organização".
- Ao longo do mês de agosto, o ECO vai publicar a rubrica “Férias dos CEO”, onde questiona os gestores portugueses sobre como passam este momento de descanso e o que os espera no regresso.
Andrés Ortolá, diretor-geral da Microsoft Portugal, apenas intervém em “situações realmente críticas” durante as férias. Período que é aproveitado para “pensar de forma mais criativa e inovadora” e “ter uma visão mais concreta de novas possibilidades e abordagens para os desafios que se avizinham”. Um desses desafios é o “desenvolvimento contínuo da Inteligência Artificial”. E deixa um alerta: “Em Portugal, ainda temos um longo caminho a percorrer em termos de digitalização empresarial e competências digitais”.
Que livros, séries e podcasts vai “levar na bagagem de férias” e porquê?
Estas férias vou mergulhar na trilogia “Alexandros” de Valerio Massimo Manfredi. Uma série de livros fascinante, pois narra a vida de Alexandre, o Grande, com uma riqueza de detalhes históricos e uma narrativa envolvente que nos transporta para a antiguidade.
Vou também aproveitar para acabar de assistir à série “Six Nations”. Esta série documental oferece uma visão profunda e emocionante do torneio de rugby mais prestigiado da Europa, capturando a paixão, a rivalidade e as histórias humanas por trás dos jogos.
No meio disto tudo, vou continuar a ouvir o podcast “Tools and Weapons” com Brad Smith. Cada episódio traz discussões perspicazes sobre tecnologia, sociedade e o futuro, com convidados de renome que partilham as suas experiências e visões.
Desliga totalmente ou mantém contacto com as equipas durante as férias?
É fundamental encontrarmos um equilíbrio durante este período que nos permita desligar totalmente para recarregarmos energias e regressarmos com uma perspetiva renovada.
No entanto, na era digital em que vivemos, é inevitável mantermo-nos a par do que se passa quer localmente, como a nível global. Por isso, estabeleço limites claros: confio nas minhas equipas para gerir as operações diárias e apenas intervenho em situações realmente críticas. Este equilíbrio entre desconexão e disponibilidade seletiva é fundamental para garantir a saúde mental e a continuidade dos negócios.
As férias são um momento para refletir sobre decisões estratégicas ou da carreira pessoal?
As férias são, sem dúvida, uma oportunidade para refletir e recarregar energias. É durante este período que temos a possibilidade de nos afastar do ritmo acelerado do dia a dia, permitindo-nos uma perspetiva mais clara e objetiva sobre as decisões estratégicas que impactam tanto a nossa carreira como a organização que lideramos. Este tempo longe das pressões diárias permite-nos pensar de forma mais criativa e inovadora, e permite uma visão mais concreta de novas possibilidades e abordagens para os desafios que se avizinham.
Além disso, as férias proporcionam um momento crucial para o autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Longe do escritório, podemos refletir sobre o nosso crescimento pessoal e identificar oportunidades de melhoria, seja como líderes ou colegas.
Que temas vão marcar o seu setor na rentrée?
Sem dúvida que um dos temas mais proeminentes que continua a marcar o setor tecnológico, especialmente no contexto da Microsoft, será o desenvolvimento contínuo da Inteligência Artificial (IA). A evolução da IA tem vindo a transformar radicalmente a forma como trabalhamos e vivemos, e espera-se que continue a ser um motor de inovação e eficiência para diversas indústrias.
Isto leva-nos à necessidade da transformação digital das empresas, especialmente das PMEs. Em Portugal, ainda temos um longo caminho a percorrer em termos de digitalização empresarial e competências digitais, como evidenciado pelos indicadores do relatório sobre o Estado da Década Digital. É urgente criar condições e oportunidades para a adoção de competências digitais capazes de dar resposta às necessidades de um mercado de trabalho que está a evoluir a olhos vistos, nesta direção.
Nesse sentido acreditamos que nos próximos meses as empresas vão ter um papel importante no upskilling e reskilling da sua força de trabalho e garantir as ferramentas necessárias à requalificação daqueles que procuram acompanhar esta inovação.
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