Ranking das corretoras: Sabseg ganha em comissões, MDS em receitas

Depois de a Sabseg se ter tornado líder das corretoras portuguesas em 2023 por 145 mil euros, este ano a MDS volta à liderança por apenas 29 mil euros. Veja o ranking TOP20 Corretores ECOseguros.

A MDS voltou ao primeiro lugar entre as maiores corretoras de seguros em Portugal, superando a Sabseg por apenas 29 mil euros, num volume de negócios superior a 42 milhões de euros. Os valores são agora apresentados no TOP20 Corretoras ECOseguros, utilizando o volume de vendas e prestações de serviços expressos nos relatórios e contas da empresa relativos a 2023.

A pequena diferença salienta a competição entre as duas corretoras que disputam historicamente a liderança do mercado. A MDS Portugal sempre defendeu ser a mais significativa empresa de um grupo que, através de outras companhias, a faz a maior distribuidora de seguros em Portugal.

Por seu lado, a Sabseg manteve a liderança, se apenas se contarem as comissões pagas pelas seguradoras pelos negócios angariados este ano. De facto a MDS obteve 41 milhões de euros de comissões, contra 42 milhões da Sabseg.

No entanto, o TOP20 Corretoras ECOseguros é apenas baseado nos relatórios e contas das corretoras autorizadas em Portugal, indicando o volume de negócios, ou vendas ou de faturação que reflete as vendas e prestações de serviços contabilisticamente considerados. Outro indicador utilizado é o resultado líquido.

TOP20 cresceram 18% em negócio e 38% em lucro

O ano de 2023 foi de crescer negócios e ainda mais gerar lucros após os anos da pandemia. Em 2022, as vendas tinham crescido 14%, mas os lucros das TOP20 apenas 4%. Em 2023 já as vendas subiram 14% para cerca de 243 milhões de euros e os lucros líquidos 38% para 41 milhões de euros. Muito acima da inflação e do crescimento real do PIB.

Em concentração, as cinco primeiras adicionadas significam 61% dos negócios da TOP20 e 57% dos lucros. Já a soma das 10 maiores representa 83% quer de vendas quer de resultados.

A rentabilidade líquida das vendas nas TOP20 subiu este ano para 17% mais que os 15% do ano anterior, tendo as corretoras mais rentáveis sido a Empremédia, Verlingue, Gaspar & Costa, Costa Duarte e Sabseg.

As TOP20 com crescimento acima do normal, salvo exceções

A MDS Portugal concentra a atividade de corretagem do grupo britânico Ardonagh em Portugal, sendo a maior empresa deste grupo que, adicionando os negócios de participadas, pode ser considerado o maior distribuidor de seguros com base em Portugal.

Em 2023 a corretora MDS atingiu 42,407 milhões de euros de receitas, um valor 16% acima de 2022. No ano passado, a MDS comprou as mediadoras FirstAgille Henrique Félix e desenvolveu produtos novos na área da Vida Crédito, Vida Risco para empresas, atividades desportivas, seguros de viagem e soluções poupança/PPR. Os resultados líquidos cresceram 13% para 2,64 milhões de euros.

No entanto, a ligação às extensões de garantia das lojas Worten e um novo produto digital, concebido com a resseguradora Munich Re, destinado à proteção de telemóveis usados, tornou a seguradora Domestic & General a companhia que, com 35%, mais contribuiu para as comissões recebidas pela MDS. Segue-se a Fidelidade com 27% e a Generali com 10%.

A Sabseg cresceu 15% em volume de negócios para 42,018 milhões de euros, mas obteve lucros de quase 10 milhões de euros, devido – parcialmente – a uma compensação pela sua parceria com o SIFIDE. A seguradora mais relevante em 2023 foi a Fidelidade que significou 32% das comissões recebidas, a Generali 26% e a Caravela 14%.

Os lugares seguintes do ranking mantiveram a AON, que subiu negócios em 12% para 25,5 milhões de euros, e a Marsh 28% para 23,5 milhões, aumentando esta última os lucros líquidos 36%, enquanto a outra multinacional americana, a AON subiu 48% os lucros para 3,9 milhões de euros e teve como seguradoras relevantes a Fidelidade e a Generali. Já a Marsh, contou Fidelidade, Generali e Ocidental (grupo Ageas) como principais parceiros.

A Verlingue, corretora francesa que comprou a portuguesa Luso Atlântica, continua a ser a quinta maior em Portugal crescendo negócios 19% para 16,7 milhões de euros. Os resultados quase duplicaram para mais de 5 milhões de euros.

Entre as multinacionais surge a WTW (antes conhecida por Willis) em 6º, mantendo o lugar com um crescimento dos negócios para 12,7 milhões de euros. A Villas Boas ACP, cresceu abaixo do mercado em receita, apenas 8%, mas acima em lucros atingindo 2,4 milhões de euros. Com esse desempenho subiu um lugar para sétimo do ranking por troca com a F. Rego que em 2023 intensificou a atividade da sua mediadora Semper, dividindo o aumento de faturação.

A Seguramos subiu 3 lugares para nono lugar devido à integração das empresas que tem adquirido, nomeadamente as mediadoras Giant, Multigaia, Seguros Vialonga e Jorge Fernandes. A faturação subiu 83% para 8,87 milhões de euros, mas em valores reexpressos – simulando a integração das contas das adquiridas – esse crescimento foi de 16,7%. Do mesmo modo, os resultados líquidos foram 887 mil euros, mas em valores reexpressos registou-se uma descida, explica a empresa, devido aos custos associados a esse crescimento em 2023.

A corretora familiar Costa Duarte permanece no top 10 das corretoras após um crescimento de 24% na faturação para 8,5 milhões e aumento dos lucros em 76%. A Sosel manteve a 11ª posição com um desempenho forte das vendas que aumentou 43% para 7,2 milhões de euros e principalmente dos resultados que subiram cerca de 150%. Também a NacionalGest cresceu, integrando a mediadora Master, mais de 41%, com crescimento semelhante em lucros, subindo um lugar no ranking.

Para a Melior, que perdeu três lugares no ranking com uma baixa de vendas de 4% e o registo de um prejuízo marginal, o ano de 2023 foi de total reorganização após a entrada dos espanhóis da Concentra no capital. Foram descontinuados negócios e alguns clientes, fechadas duas agências, explicando esses factos o desempenho do ano.

A Verspieren, corretora familiar francesa manteve crescimento acima do mercado: 35% em vendas e mais do dobro em lucro líquido, ocupando agora o 14º lugar no TOP 20 ECOseguros das Corretoras. Trocou com a Corbroker, que está em 15º lugar, apesar da subida desta em 11% na sua faturação.

Nos últimos cinco lugares, Universalis – agora integrada no gigante americano Acrisure – e João Mata estão em 16º e 17º Lugar. A Gaspar & Costa entrou diretamente para o 18º lugar, devido à sua transformação de mediadora em corretora em agosto de 2023, ultrapassando duas concorrentes ligadas a grupos económicos, a Empremédia – do grupo Navigator – e a Diagonal do grupo Luis Simões.

Corretoras quase no Top 20

Outras corretoras de seguros estão em observação e este ano a IBEX saiu do TOP 20 por ter baixado a sua faturação e a Secose ficou à porta apesar de um crescimento de 52% e quase 2 milhões em negócios.

As corretoras Solarsegura, Amplitude, SCAL, Median, Medibroker, Paixão, ASAL e Segup, estão também na calha para atingirem o TOP 20.

Veja aqui o ranking:

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