Embaixada da China em Angola emite alerta após três assassínios de chineses
A embaixada sublinhou também a importância de "respeitar as leis laborais, empregar os trabalhadores legalmente e garantir a dignidade e o bem-estar" dos funcionários.
A Embaixada da China em Luanda emitiu um alerta devido ao assassínio este ano, em incidentes separados, de três chineses a viver em Angola, alegadamente por “criminosos conhecidos das vítimas”. Num comunicado divulgado na rede social chinesa WeChat (semelhante ao WhatsApp, bloqueado na China), a embaixada lamentou as mortes e disse que pediu à polícia para “deter os culpados o mais rapidamente possível [e] levá-los à Justiça”.
De acordo com a imprensa de língua chinesa em Angola, o último caso aconteceu em 2 de agosto, quando Huang Shunlong foi morto em Kikuxi, nos arredores de Luanda. A polícia deteve um suspeito sete dias depois na cidade de Lubango, no sudoeste do país. Em 21 de fevereiro, a mesma imprensa avançou que um grupo terá assassinado um chinês encarregado da gestão do armazém de um distribuidor de roupa em segunda mão, situado também em Kikuxi, antes de arrombar um cofre e fugir com “uma enorme quantia”.
Dois dias depois, a polícia deteve na Cidade da China três suspeitos, incluindo dois trabalhadores do distribuidor de roupa em segunda mão. Numa nota publicada na semana passada, a embaixada chinesa disse que “embora estes casos sejam ocasionais”, todos foram cometidos por “criminosos [que] conheciam o local e o dia-a-dia da vítima”.
A representação diplomática aconselhou as empresas e cidadãos chineses em Angola a “estarem atentos ao risco de crimes criminosos violentos cometidos por pessoas que os rodeiam”. O comunicado deu como exemplo “resolver os litígios comerciais em tempo útil e de acordo com a lei, evitar atrasos prolongados que levem à acumulação de problemas e evitar recorrer a meios ilegais”.
A embaixada sublinhou também a importância de “respeitar as leis laborais, empregar os trabalhadores legalmente e garantir a dignidade e o bem-estar” dos funcionários, nomeadamente respondendo “às exigências razoáveis dos colaboradores em tempo útil”. A nota destacou ainda a necessidade de cuidados extra na escolha de funcionários para “cargos de alto risco (como pessoal de segurança)”, para pessoal em posições-chave ou na contratação de pessoal com cadastro criminal.
Os empresários chineses devem instalar câmaras de vigilância e portas e janelas reforçadas tanto no local de trabalho como na habitação e evitar “sair sozinho à noite, ir sozinho para áreas remotas ou com pouca segurança ou sair sozinho com grandes quantias de dinheiro ou objetos de valor”, avisou a embaixada.
“Não entre em veículos de estranhos e evite ser forçado a entrar em veículos de estranhos. Se for assaltado, é recomendável entregar o seu dinheiro”, acrescentou o comunicado. Em maio, o presidente da UNITA, oposição angolana, alertou para o aumento da criminalidade e apontou o dedo à pobreza e à inércia das autoridades. Adalberto Costa Júnior falou do aumento dos roubos, violência contra mulheres e crianças e homicídios.
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