Chega mantém-se fora das negociações do OE, mas admite aprovar propostas sobre IRC e IRS Jovem
Líder do Chega garante que está fora das negociações, mas está disponível para viabilizar IRS Jovem e IRC como diplomas autónomos. Estas são duas linhas vermelhas do PS.
O presidente do Chega garantiu esta quarta-feira que a decisão de o partido se excluir das negociações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) “é mesmo irrevogável”, mas admitiu aprovar propostas relativas a IRC e IRS Jovem se estiverem fora desse contexto.
“O que eu quero dizer ao dia de hoje é que o país sabe que o Governo nos enganou e, quando é assim, é mesmo irrevogável que nós estamos fora destas negociações, é com o PS que têm de negociar“, afirmou, antes de uma reunião na Valorsul, empresa responsável pelo tratamento e valorização de resíduos sólidos urbanos na zona de Lisboa.
André Ventura garantiu que este “não é um irrevogável como um outro dado há 10 anos atrás”, numa referência à demissão do antigo vice-primeiro-ministro e líder do CDS-PP Paulo Portas, que acabou por não se concretizar, reclamando ser “um líder de caráter e de palavra”.
O líder do Chega admitiu aprovar algumas medidas, desde que não sejam incluídas no Orçamento, como o IRS Jovem e o IRC, que já entraram como diplomas autónomos no Parlamento, duas linhas vermelhas do PS.
“Se o Governo quiser retirar do Orçamento, da negociação orçamental, e quiser fazer um retificativo, um documento isolado, ou um projeto legislativo diferenciado, onde constam os acordos a que chegou com as forças profissionais, ou em matéria de IRS e de IRC, nós cá estaremos para o aprovar, porque são medidas com as quais nós concordamos”, indicou, justificou que se o Governo “estiver realmente empenhado em aprovar estas matérias, vai retirá-las do Orçamento de Estado e vai pô-las noutra sede, e então terá a aprovação garantida pelo menos da parte do Chega”.
O líder do Chega considerou que “já não há condições” para um entendimento orçamental com o Governo e confirmou que enviou uma carta ao primeiro-ministro a dar conta de que as negociações “estavam suspensas“, à qual não teve ainda resposta. “O Governo escolheu o seu parceiro, deve levar até ao fim estas negociações com o seu parceiro”, defendeu, referindo-se ao PS. Adiantou ainda que o partido vai apresentar propostas de alteração à proposta orçamental que for apresentada pelo Governo.
Questionado se é impossível as negociações em torno do Orçamento do Estado para o próximo ano serem recuperadas, André Ventura reconheceu que “em política não há impossíveis”, mas acusou o Governo de traição.
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