Instituto Coordenadas apela a “políticas equilibradas” e rejeita “a demonização” das Casas de Turismo
Através do seu vice-presidente executivo, Jesús Sánchez Lambás, exortou as autoridades a adotarem “políticas prudentes e a evitarem a demonização” dos Alojamentos de de Utilização Turística (AUV).
Na sua opinião, os TUV não devem ser vistos “como um problema” para o setor do turismo, mas como “uma parte crucial de um modelo mais inclusivo e sustentável que beneficia tanto a economia local como os cidadãos”. Num contexto em que o turismo é essencial para a economia espanhola, o Instituto Coordenadas apela a “um debate maduro e baseado em dados”.
De acordo com um relatório recente da EY, em Espanha serão construídos mais de 800 novos hotéis nos próximos dois anos, estando a maior parte desta expansão concentrada nas zonas urbanas e turísticas. “Isto mostra que o problema não é a saturação turística ‘per se’, mas a falta de um modelo equilibrado que considere tanto os hotéis como os VUTs”, disse Sánchez Lambás.
Os VUT representam apenas 1,4% do total de propriedades em Espanha, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), e acolhem cerca de dois em cada dez turistas, enquanto os hotéis são responsáveis por mais de 80% da procura turística.
Apesar destes números, os VUT têm sido alvo de “críticas pouco fiáveis”, nomeadamente por parte de associações como a Exceltur, que os responsabilizam pela escalada dos preços no mercado de arrendamento. No entanto, Sánchez Lambás contesta estas acusações, sublinhando que “não são apoiadas por dados econométricos” e que “a verdadeira concorrência no mercado do alojamento vem da expansão hoteleira e não dos VUT”.
Além disso, num artigo de opinião publicado no “El Economista”, sublinhou que os VUT trazem “benefícios significativos” para o turismo e para o PIB, diversificando a oferta e distribuindo os rendimentos por múltiplas zonas e comunidades em Espanha, longe das habituais concentrações urbanas.
“Os VUT permitem que mais cidadãos beneficiem do turismo, especialmente em zonas rurais ou menos frequentadas, onde os grandes hotéis não costumam estar presentes”, afirmou Sánchez Lambás.
O responsável salientou ainda que muitas destas propriedades são geridas por proprietários locais, o que garante que uma maior parte das receitas geradas permanece nas comunidades locais, apoiando o comércio e a economia locais. “A regulamentação dos VUTs deve ser justa e clara, permitindo-lhes coexistir com os hotéis para fortalecer o tecido económico e social do país”, afirmou.
O Instituto Coordenadas defende a complementaridade das políticas de turismo e rejeita regulamentações inadequadas que possam prejudicar tanto os Alojamentos de Utilização Turística (ATV) como o setor hoteleiro.
Segundo Sánchez Lambás, “a restrição dos TUV não reduzirá o número de visitantes nem resolverá os problemas do turismo de massas, mas poderá ter um impacto negativo em milhares de postos de trabalho e no desenvolvimento de atividades culturais e de natureza”.
Por conseguinte, o Instituto apela às autoridades para que adotem uma abordagem baseada em dados, no diálogo e em decisões informadas, com o objetivo de repensar o modelo turístico espanhol de uma forma inclusiva e sustentável. “Os problemas associados ao turismo, que existem, não são os TUV, nem a concorrência, nem os modelos de negócio alternativos. Matar o progresso não costuma ser a melhor ideia”, concluiu.
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