Projeto de manuais digitais perde um terço das escolas
Também o número de alunos caiu drasticamente em quase 50%, levantando questões sobre eficácia e futuro do programa, que conta este ano com 24 milhões de euros para licenças digitais de manuais.
O projeto-piloto dos manuais digitais em Portugal sofreu um revés significativo este ano letivo, com um terço das escolas participantes a abandonar a iniciativa, revela a edição deste sábado do Público.
Dos 103 agrupamentos ou escolas não-agrupadas envolvidos neste projeto no ano passado, 34 deixaram de participar, reduzindo o número total para 80. Esta diminuição marca uma inversão na tendência de crescimento que se verificava desde o início do projeto há quatro anos.
O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) aponta várias razões para esta redução, incluindo a restrição na adesão de novas turmas do 1.º ciclo e do ensino secundário, bem como a decisão voluntária de algumas escolas em reduzir o número de alunos abrangidos ou abandonar completamente o projeto. O número de alunos envolvidos caiu drasticamente, passando de 24 mil para 13.700, uma redução de quase metade.
Esta mudança ocorre num contexto de crescente debate sobre a eficácia dos manuais digitais na aprendizagem. O MECI planeia avaliar o impacto na aprendizagem, comparando os resultados dos alunos que usam manuais digitais com os que não os usam. Além disso, questões como a falta de infraestruturas adequadas em algumas escolas e as preocupações levantadas por movimentos como o “Menos Ecrãs, Mais Vida” têm contribuído para o repensar desta iniciativa.
O recuo no uso de manuais digitais não é exclusivo de Portugal. Outros países, como a Suécia, já reconsideraram a sua abordagem, reintroduzindo manuais impressos nas escolas primárias. Esta tendência internacional reflete uma reavaliação do papel da tecnologia na educação, com um foco renovado nas competências fundamentais de leitura e escrita desenvolvidas através de materiais impressos.
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