Mobilidade elétrica em Portugal já representa 30% das novas vendas
Especialistas da Brisa e EDP destacam o rápido crescimento da mobilidade elétrica em Portugal, com a rede de carregamento e os novos modelos a acompanharem a procura crescente por veículos elétricos.
A mobilidade elétrica em Portugal está a crescer a um ritmo acelerado, com 30% das novas vendas de automóveis já representadas por veículos elétricos. Esta tendência foi debatida durante a conferência Outlook Auto, onde Ana Almeida Simões, Diretora de Inovação do Grupo Brisa, e Gonçalo Castelo Branco, Head of E-mobility da EDP Comercial, destacaram a importância das infraestruturas e da sustentabilidade para o futuro do setor num painel de debate, moderado por Jorge Pêgo, Mundo Automóvel.
Ana Almeida Simões sublinhou os quatro pilares estratégicos da Brisa: “a segurança rodoviária, as smart cities, a mobilidade conectada e a sustentabilidade, com foco na transição energética.” A responsável da Brisa destacou que a sustentabilidade é crucial para a empresa, que está a trabalhar para garantir postos de carregamento de veículos elétricos em todas as suas autoestradas, além de eletrificar toda a frota de assistência rodoviária.
"30% das novas vendas de automóveis em Portugal são elétricos. Só no ano passado entraram 40 mil novos veículos 100% elétricos nas estradas”
Por sua vez, Gonçalo Castelo Branco falou sobre o crescimento exponencial da rede de carregamento da EDP, que recentemente atingiu dois milhões de cargas. Segundo o responsável, “30% das novas vendas de automóveis em Portugal são elétricos. Só no ano passado entraram 40 mil novos veículos 100% elétricos nas estradas”. O Head of E-mobility da EDP Comercial também destacou a importância de uma rede de carregamento que se adapte às necessidades dos utilizadores, com postos de carregamento mais rápidos nas autoestradas e soluções mais lentas em centros urbanos.
Apesar de destacar os postos de carregamento, o responsável pela EDP Comercial lembrou que, cada vez mais, os carros elétricos têm autonomias maiores, o que ajuda na despreocupação dos seus utilizadores. “É interessante pensar que os novos modelos elétricos que vão surgindo já têm autonomias cada vez maiores. Há alguns anos, os modelos vinham com 400 quilómetros de autonomia que, depois, na prática, na autoestrada, não permitia fazer Porto-Lisboa. Mas hoje já quase todos fazem. E acredito que vão a caminho de, provavelmente, alguma coisa parecida com os 1000 quilómetros de autonomia“, comentou.
"O carregamento fora das autoestradas e nas cidades ainda é um dos principais desafios.”
Ainda assim, Ana Almeida Simões reconheceu que, apesar disso e do crescimento da rede, “o carregamento fora das autoestradas e nas cidades ainda é um dos principais desafios”. A executiva enfatizou a importância de desenvolver novos modelos de negócio e explorar alternativas para o fornecimento de energia, como o uso de robôs para carregar veículos em parques de estacionamento.
“Se hoje transitássemos todos para um carro elétrico, provavelmente a nossa rede elétrica não teria capacidade. Portanto, onde é que vamos buscar essa energia? Como é que a vamos armazenar? Para que tipo de baterias? E depois há coisas muito mais engraçadas do ponto de vista de inovação, como, por exemplo, termos uns robôs que carregam automaticamente o carro que deixamos num parque. Simplesmente ele vai lá e trata de tudo”, disse.
"Em 2025, 2026 ou 2027, espera-se que os veículos elétricos sejam mais baratos do que os de combustão, mesmo sem incentivos.”
Gonçalo Castelo Branco destacou, também, a importância dos incentivos à aquisição de veículos elétricos, mas previu que, à medida que os preços dos carros elétricos diminuem, estes incentivos tornar-se-ão menos relevantes. “Em 2025, 2026 ou 2027, espera-se que os veículos elétricos sejam mais baratos do que os de combustão, mesmo sem incentivos”, afirmou.
No entanto, mais do que ser acessível e ter ou não incentivos, Ana Almeida Simões lembrou a importância de o utilizador sentir conveniência na aquisição de um elétrico: “Qual é a quantidade de planeamento que eu tenho que fazer? Do ponto de vista das viagens nas nossas autoestradas, acho que isso passa por garantirmos que temos quantidade de carregadores suficientes para ninguém ter que se preocupar se vai ter um carregador disponível numa viagem de Lisboa para o Porto. Como sociedade, acho que é importante começarmos a olhar o que se passa fora das autoestradas, a fim de não termos pessoas a pôr extensões fora da varanda e a carregarem o carro na rua”.
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