Novo secretário-geral da NATO quer mais investimento sem análises “custo-benefício”

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

"Para fazer mais precisamos de investir mais, não há uma análise custo-benefício que possa ser feita se queremos proteger as nossas pessoas", refere Mark Rutte.

O novo secretário-geral da NATO afirmou esta terça-feira que a sua prioridade é assegurar que a Aliança Atlântica “continua forte” e para isso é “preciso investir mais”, sem fazer “análises custo-benefício” na segurança.

Na primeira intervenção que fez enquanto secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte definiu a sua prioridade para o início do mandato: “Assegurar que a NATO continua forte.”

O ex-primeiro-ministro dos Países Baixos disse que para o cumprir esse objetivo são necessárias “mais forças, com mais capacidades e mais inovação”.

“Para fazer mais precisamos de investir mais, não há uma análise custo-benefício que possa ser feita se queremos proteger as nossas pessoas”, completou, no início de uma reunião do Conselho do Atlântico Norte, minutos depois de tomar posse, no quartel-general da NATO, em Bruxelas.

Também no arranque do seu mandato, Mark Rutte estabeleceu como prioridade “aproximar ainda mais a Ucrânia da NATO”, dando sequência à criação do Conselho NATO — Ucrânia, criado com esse propósito na cimeira de 2023.

“Não há segurança duradoura na Europa sem uma Ucrânia forte e independente. Sei por experiência própria, com o voo MH14, que o conflito na Ucrânia não está circunscrito às suas fronteiras”, sustentou.

O avião MH14, que voava de Amesterdão para Kuala Lumpur, foi atingido por um míssil disparado por separatistas russos na Ucrânia, em 2014, de acordo com as conclusões de uma investigação independente ao incidente.

“Esta é agora a minha casa longe de casa”, finalizou o novo secretário-geral da NATO, iniciando os trabalhos do Conselho do Atlântico Norte.

A reunião foi, no entanto, interrompida por instantes para cumprimentos de saudação a Mark Rutte e de despedida a Jens Stoltenberg.

Do Médio Oriente a Donald Trump

Mark Rutte, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, tomou esta terça-feira posse como secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). Mark Rutte, de 57 anos, sucedeu a Jens Stoltenberg, durante uma cerimónia no quartel-general da organização político-militar, em Bruxelas.

A tomada de posse ocorreu pelas 09:30 locais (08:30 em Lisboa). Mark Rutte é o 14.º secretário-geral da NATO, o quarto oriundo dos Países Baixos.

Na realidade, houve 16 pessoas a encabeçar a organização político-militar desde a sua génese, em 1949, mas os italianos Sergio Balanzino (outubro a dezembro de 1995) e Alessandro Minuto-Rizzo (dezembro de 2003 e janeiro de 2004) ocuparam interinamente o cargo, até ocorrer a transição.

Mark Rutte foi primeiro-ministro dos Países Baixos durante 14 anos e foi confirmado como sucessor de Jens Stoltenberg em 26 de junho deste ano.

O novo secretário-geral da Aliança Atlântica inicia funções numa altura em que as tensões geopolíticas estão no nível mais elevado dos últimos anos.

Não só a guerra na Ucrânia continua, a caminho dos três anos de conflito, sem grandes avanços de parte a parte e sem perspetiva real de um cessar-fogo, como o conflito no Médio Oriente poderá alastrar, com os recentes confrontos entre Israel e o Hezbollah no Líbano.

Para início de mandato, o novo secretário-geral da NATO terá de assegurar que o financiamento dos países do bloco continua a aumentar, para que o limite de investimento de 2% do Produto Interno Bruto em defesa seja o mínimo e que haja cada vez mais contingentes preparados para intervir.

Em simultâneo, depois de 05 de novembro, a NATO poderá ter de enfrentar o regresso de Donald Trump à Casa Branca e o seu ceticismo em relação à Aliança Atlântica, que no passado chegou a ameaçar com a saída dos Estados Unidos da América.

No entanto, minutos antes de tomar posse, Mark Rutte disse que “não está preocupado” com o resultado das eleições e que trabalhará com Donald Trump ou com a democrata Kamala Harris, que concorre contra o republicano.

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